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Bonilha reafirma que reposição salarial é inviável

Por Agencia Estado
Atualização:

A greve na Justiça de São Paulo chegou a um impasse. Representantes dos servidores reuniram-se nesta segunda-feira com o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Márcio Martins Bonilha, na expectativa de obter uma contrapoposta às reivindicações. Mas ele disse que qualquer reposição salarial é "inviável", pois o TJ gasta com pessoal mais do que o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os servidores fazem nesta terça uma assembléia e devem optar pela continuação da greve. "Se não há novidades, dificilmente, haverá mudanças", disse o presidente da Associação dos Servidores do TJ, José Gozze. Segundo ele, 85% dos cerca de 42.800 serventuários da Justiça estadual estão parados e reivindicam reposição de 54,31% relativa aos últimos sete anos. Bonilha afirma que o porcentual de adesão é menor e pede "bom senso, com o retorno imediato ao trabalho." A greve começou no dia 27, e o TJ suspendeu todos os prazos processuais. As faltas dos grevistas serão descontadas, e aqueles que ocupam cargos de confiança correm o risco de os perder. Bonilha justifica-se dizendo que as gratificações adicionais aos salários foram reajustadas em 1995, 1996, 1998 e 2000. "Não é verdade que não há rejuste faz sete anos." Os servidores, por sua vez, afirmam que o direito de greve está sendo desrespeitado e que as medidas visam intimidá-los. Para a seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a paralisação pode causar prejuízos à cidadania, apesar de as reivindicações serem justas. O advogado Carlos Roberto Deneszczuk, que passava nesta segunda pelo Fórum João Mendes, disse que a greve atrapalha a vida de quem usa a Justiça, apesar de ser um direito dos servidores. Na Avenida Paulista, funcionários da Justiça Federal, em greve desde quarta-feira, decidiram em assembléia continuar a paralisação e participar de um ato unificado dos servidores federais dia 12. A principal reivindicação é a reposição salarial de 75,48%.

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