
18 de maio de 2010 | 00h00
Independentemente da precisão das pesquisas, a sua divulgação nos meios de comunicação e reprodução pela internet criam um fato concreto que influencia a vida dos candidatos, o ânimo de seus comitês e a dinâmica da campanha.
Mais intenção de voto implica vários benefícios para um candidato. O primeiro efeito é melhorar o moral da campanha: a militância fica mais motivada, acumulam argumentos renovados para debater com os rivais, enquanto candidatos e assessores ganham confiança na sua estratégia eleitoral.
Como consequência, fica mais fácil para os comitês alistarem novos cabos eleitorais e multiplicar sua mão de obra digital: o exército de internautas partidarizados que vasculham a rede em busca de fóruns que tratem de política e eleição para deixar marcadas ali as suas posições, a defesa de seu candidato e ataques aos adversários.
Mas a influência das pesquisas não para por aí. A divulgação do empate de Dilma Rousseff com José Serra ajuda o PT a montar palanques estaduais para sua pré-candidata poder fazer campanha. Os potenciais aliados dão preferência a quem tem mais chances de vencer e de puxar votos para candidatos a governador, senador e deputado.
Finalmente, porcentuais mais altos nas pesquisas têm reciprocidade no volume das contribuições financeiras que cada campanha recebe. Quem está na frente ou é percebido como favorito tende a arrecadar mais.
Há uma correlação positiva entre gastos de campanha e votos nas urnas.
Por isso, dependendo da situação, bons resultados nas pesquisas podem se transformar em profecias autorrealizáveis.
É JORNALISTA ESPECIALIZADO EM USO DE ESTATÍSTICAS
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