Bope reforça efetivo em Macaé

Traficantes teriam ordenado fechamento do comércio

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Por Talita Figueiredo e RIO
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A Polícia Militar do Rio reforçou ontem o policiamento em diversos pontos de Macaé, no norte fluminense, onde traficantes incendiaram desde segunda-feira quatro ônibus e ordenaram o fechamento do comércio no fim da tarde de anteontem. Os ataques teriam ocorrido em represália às recentes operações da polícia na comunidade Nova Holanda, que deixaram quatro traficantes mortos. Além de mais de 30 PMs das cidades vizinhas de Itaperuna, Pádua e Campos, homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) participam das ações. Agora são mais de 100 homens atuando no patrulhamento ostensivo de Macaé. Segundo o comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Alexandre Fontenelle, a ordem para fechar o comércio por causa de um possível arrastão foi apenas um boato. "As investigações da inteligência vão mostrar de onde isso partiu. Hoje (ontem) as operações estão seguindo normalmente em vários pontos de Macaé para evitar atentado contra outros ônibus", afirmou. A prefeitura mudou o itinerário de quatro linhas de ônibus que passam perto da região da Barra de Macaé, que inclui, além da Nova Holanda, as comunidades vizinhas Malvinas, Morro do Santana e Morro de São Jorge. Algumas linhas de ônibus estão trafegando em comboio e acompanhadas de patrulhas da PM. O presidente do Gabinete de Gestão Integrada da prefeitura, Edmilson Jório, lamentou que a população que não tem ligação com o tráfico esteja sofrendo por causa das alterações. "Nos comove, nos sensibiliza, mas o esforço que a sociedade tem de fazer agora para não deixar que o poder paralelo imponha sua vontade é colaborar", disse. Os ataques do tráfico foram represália às operações da PM. Segundo o delegado da 123ª Delegacia de Polícia, Daniel Bandeira, a ordem para incendiar os ônibus partiu do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Rupinol, líder do tráfico na cidade e que está foragido desde 2007. O traficante é um dos líderes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) e se refugia em morros do Rio.

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