Brasil deve voltar a exportar diamantes em dois meses

Autarquia emitirá certificados Kimberley para a exportação de diamantes brutos entre 30 e 60 dias

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, disse nesta quinta-feira que em um prazo de 30 a 60 dias a autarquia deverá retomar a emissão de certificados Kimberley para a exportação de diamantes brutos. A emissão do documento foi suspensa em meados de fevereiro, devido a suspeitas de fraudes e de comércio clandestino de diamantes apontadas pela Operação Carbono, deflagrada pela Polícia Federal. As suspeitas provocaram a exoneração do chefe do DNPM de Minas Gerais, Luiz Eduardo Machado de Castro. O certificado Kimberley é um documento exigido internacionalmente que serve para atestar a procedência do diamante, de modo a evitar que sejam comercializadas pedras oriundas de países em guerra - nos quais o diamante é utilizado para a compra de armas. Segundo Nery, em um prazo de 15 dias deverá estar concluída a auditoria interna do DNPM. O documento trará algumas sugestões para o aperfeiçoamento da certificação e da fiscalização do setor, para evitar novos problemas. Uma das medidas preliminares sugeridas pela auditoria é a proibição da certificação conjunta de diamantes extraídos de áreas de exploração distintas, justamente para evitar que se misturem diamantes irregulares a outros extraídos de lotes legítimos. Também será criada uma norma segundo a qual toda área de lavra autorizada em atividade será vistoriada no mínimo duas vezes por semestre. O Brasil exportou no ano passado US$ 18,9 milhões em diamantes brutos. Enquanto os certificados continuarem suspensos, o País não poderá exportar a pedra bruta. "Enquanto os certificados não voltarem, só poderão ser exportados diamantes lapidados", disse o diretor do DNPM.

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