Brasil e Espanha chegam a acordo sobre barrados

'Inadmitidos' poderão entrar em contato com os consulados locais em busca de apoio

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Por Anelise Infante
Atualização:

Representantes dos governos do Brasil e da Espanha assinaram nesta terça-feira em Madri um protocolo de seis pontos para tentar pôr fim à crise diplomática dos turistas barrados em aeroportos dos dois países. De acordo com o documento, os países se comprometeram a permitir que os chamados "inadmitidos" entrem em contato com os consulados locais em busca de apoio.  Veja também: Brasileiros ilegais ficam cinco dias em cativeiro nos EUA Estudante confirma maus tratos sofridos na Espanha à Câmara Câmara deve convocar embaixador da Espanha Saiba como agir se for barrado em aeroporto  Atualmente, os viajantes barrados ficam incomunicáveis. A pedido do governo brasileiro, o Ministério do Interior da Espanha também prometeu permitir aos barrados acesso a banheiros e às malas. Nos casos mais recentes, brasileiros reclamaram de ter ficado até 24 horas sem comida e sem poder tomar banho. Ficou decidido ainda que haverá novos encontros periódicos para tratar do assunto imigração, inclusive porque o número de brasileiros na Espanha triplicou nos últimos quatro anos. Segundo destino imigratório mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, a Espanha não mudará suas normas de controle policial nas fronteiras, mas diz que colaborará com o Brasil. Um dos pontos do acordo é a intenção de reforçar a cooperação da polícia de ambos países, inclusive com intercâmbio de agentes. Os dois governos se comprometeram ainda a fazer melhores campanhas de informação sobre os requisitos legais para a entrada de turistas. Outro ponto do acordo foi a instalação de caixas bancários eletrônicos nos terminais aeroportuários dentro das áreas de controle de frontera dos dois países, a pedido da Espanha. O objetivo é poder dar aos turistas a possibilidade de sacar dinheiro nos casos em que a polícia aduaneira exigir como requisito a apresentação de quantias mínimas para custear a estadia. Turistas espanhóis dizem ter medo de chegar ao Brasil com dinheiro no bolso e ser assaltados. O documento foi assinado pelo subsecretário das Comunidades Brasileiras no Exterior, Otto Maia (Ministério de Relações Exteriores) e pela subsecretária do Ministério espanhol das Relações Exteriores, María Jesús Figa.

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