Brasil é o pior país para meninas na América do Sul, mostra estudo
Relatório da ONG Save the Children mostra país na 102ª posição, entre 144 nações avaliadas
Por Sarah Teófilo
Atualização:
O Brasil é o pior país da América do Sul para meninas quando se fala em nível de oportunidades, conforme mostrou o segundo relatório da série "Every Last Girl", da ONG Save the Children, divulgado nesta terça-feira, 11. No ranking de 144 países, o Brasil ocupa a 102ª posição, sendo o último sul-americano. Em primeiro lugar está a Suécia. A lista observa dados de casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, conclusão da escola secundária e representação das mulheres no Parlamento.
Ao falar do Brasil, que recebe destaque no documento, o relatório aponta para o fato de o País ser ter renda média superior e mesmo assim estar só um pouco acima do Haiti, o qual o documento chama de "frágil e com baixa renda", que ocupa a 105ª posição. No Brasil e em diversos outros países - em especial os que estão no topo do ranking - o maior problema é representação parlamentar das mulheres.
Os 10 melhores e piores países para meninas
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Melhores países para meninas
Levantamento da ONG Save the Children, divulgado nesta terça-feira, avalia as oportunidades de meninas em 144 países. No estudo da série "Every Last G... Foto: Dida Sampaio/ EstadãoMais
2º - Finlândia
Cerca de 98,2% das finlandesas deaté 16 anos frequentam a escola, colocando o país na segunda posição Foto: Domínio público
3º - Noruega
Para compeltar o pódio nórdico está a Noruega, com 99,9% das adolescentes na escola Foto: Lise Aserud/ Reuters
4º - Holanda
Sem registros de casamentos de meninas até 18 anos, a Holanda é a quarta colocada no ranking Foto: Cris Toala Olivares/ Reuters
5º - Bélgica
Quintacolocada, a Bélgica não possui casos de casamento infantil e apenas 7 em cada 100 mil mães morrem após o parto Foto: Joost de Bock/ EFE
6º - Dinamarca
Dinamarca é a sexta colocada, com 37,4% de mulheres no Parlamento Foto: Divulgação
9º - Suíça
Na 9º posição está a Suíça, com parlamento formado por32% de mulheres Foto: Reprodução
10º - Itália
O 10º lugar ficou com a Itália, país que tem 100% das meninas até 16 anos na escola Foto: Andrew Medichini/ AP
135º - Costa do Marfim
Na 135ª colocação aparece a Costa do Marfim, com 9,2% derepresentação feminina na política Foto: Divulgação
136º - Nigéria
Cerca de 42,8% das nigerianas se casam antes do 18 anos. O país ficou na 136ª posição Foto: Divulgação
137º - Guiné
Na Guiné, na 137ª posição, acada 100 mil nascimentos,679 resultam na morte da mãe Foto: Divulgação
140º - Somália
A frequência escolar de meninas de até 16 anos na Somália é de apenas 1%. Na lista da Save The Children, o país é o140ºclassificado Foto: Divulgação
142º - República Centro Africana
São registradas 882 mortes de mulheres após o parto a cada 100 mil nascimentos na República Centro Africana, 142ª no estudo Foto: Divulgação
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O Brasil é citado em outro momento no relatório, ao falar que o país e a República Dominicana tem alto índice de gravidez na adolescência e casamento infantil. Este último é um dos três pontos principais que a ONG aborda no relatório, juntamente com pouco acesso a serviços de boa qualidade, incluindo educação e saúde, e a falta de voz das meninas nas esferas públicas e privadas.
O documento mostra ainda alguns dados alarmantes, como o fato de que 700 milhões de mulheres ao redor do mundo se casam antes dos 18 anos, sendo que uma em cada três se casa antes dos 15. Além disso, 2,6 bilhões de meninas vivem em países onde o estupro cometido por maridos não é explicitamente criminalizado. Sobre mortalidade materna, é a segunda maior causa de morte de adolescentes de idade entre 15 e 19, atrás apenas do suicídio.