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Brasileira presa em Istambul terá advogado local

O Itamaraty já havia se prontificado a conseguir um intérprete para Ângela

Por Agencia Estado
Atualização:

A brasileira Ângela Wress, de 20 anos, desapareceu de São Paulo em dezembro do ano passado, pouco antes do Natal. Ela está presa em Istambul, Turquia, por tráfico de entorpecentes. A audiência marcada para o último dia 19 foi cancelada devido a divergências em relação à acusação. Outra deve ser realizada em dois meses, segundo informou Valdirene Daufemback, do Centro de Direitos Humanos de Joinville, onde a jovem morava com a família. A viagem de Ângela para São Paulo teria sido arranjada por um namorado que ela conseguiu pela Internet, conhecido apenas por Robert, que lhe ofereceu um emprego de babá por 15 dias. Ela deveria voltar para casa antes do Natal, mas não deu mais notícias. A família, preocupada, registrou queixa de desaparecimento e acabou descobrindo vários indícios do que poderia ter acontecido pelos e-mails gravados no computador de Ângela. Em janeiro, a Polícia Federal apreendeu o computador e pediu sigilo à família enquanto investigava o caso. Ângela sofre de uma cardiopatia, que obrigou à implantação de uma válvula artificial há três anos, e a medicação de uso contínuo que deve tomar está terminando. Sem o remédio, ela pode morrer em poucos dias. Por isso, a família decidiu revelar o caso para obter ajuda, já que até agora não conseguiu enviar dinheiro para Ângela se manter na prisão. Na Turquia, os detentos têm de pagar pelas despesas de suas estadas na cadeia. Valdirene explicou que a família suspeita de que Ângela tenha sido envolvida em um esquema de tráfico de entorpecentes e de mulheres. Sua passagem tinha como destino final o Líbano mas, ao fazer a conexão em Istambul, acabou presa. A polícia alegou que cães farejadores haviam descoberto os oito quilos de drogas escondidos no fundo falso de uma maleta, mas ela afirmou que teria encontrado as drogas quando abriu a bagagem para inspeção no aeroporto. Ângela, que tem sido ajudada por outra brasileira presa no mesmo local, conseguiu ligar pela primeira vez para a família somente há 15 dias. E fez o mesmo semana passada. Ela nega que tivesse conhecimento da droga em sua bagagem e alega ter sido enganada por Robert. O Itamaraty, que já havia se prontificado a conseguir um intérprete para Ângela, informou que ela terá um advogado local, segundo a RBS-TV.

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