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Brasileiro acusado de matar americana pode ser condenado à morte

Por Agencia Estado
Atualização:

O brasileiro Saul dos Reis, de 25 anos, que se declarou culpado pela morte da adolescente norte-americana Christina Long, de 13 anos, poderá ser condenado à morte por injeção letal. O crime foi amplamente noticiado por jornais e emissoras de TV de alcance nacional nos Estados Unidos e chegou a ser citado ontem na Câmara dos Deputados, durante a aprovação de novas medidas que deleguem mais poderes à polícia na busca por pedófilos. Saul, que está preso em Bridgeport, confessou ter estrangulado acidentalmente a estudante, que conheceu pela Internet, enquanto faziam sexo dentro do carro do brasileiro, perto de um shopping na cidade de Danbury, no estado de Connecticut. A menina estava desaparecida desde a última sexta-feira, mas o corpo dela só foi encontrado na manhã de anteontem. A polícia identificou Saul após recolher no computador de Christina mensagens com conteúdo sexual trocadas com o acusado. Localizado pela polícia no sábado à noite, Saul disse que havia feito sexo com Christina na noite anterior e que a deixara numa lanchonete. Agentes do FBI deram voz de prisão ao brasileiro, que acabou levando os investigadores até o local onde estava o corpo da jovem, num barranco em Bowman Drive, perto da casa dele. Saul mora ilegalmente nos EUA desde 1993, na cidade de Greenwich, e é casado com uma brasileira. Segundo a polícia, ele responderá por crime federal por usar um meio interestadual (a Internet) para seduzir a menor. O estado de Connecticut prevê pena de morte em casos de homicídio, mas a sentença não é aplicada desde 1960. O mais provável, porém, é que, se for condenado, Saul cumpra prisão perpétua por assassinato e agressão sexual em primeiro grau. Apesar de ainda nebulosas, as circunstâncias do crime e as bases do caso só serão conhecidas na sexta-feira, quando o acusado estiver diante do juiz da corte distrital de Bridgeport, no estado de Connecticut. Isto porque o brasileiro, segundo depoimento do seu advogado aos jornais, não se pronunciou culpado na primeira audiência, que ocorreu na segunda-feira, nem pelo crime de homicídio, que é estadual, nem pelo de sedução de menor via internet, que é federal. ?Só posso me pronunciar quando houver acusação?, disse Harold James Pickerstein. Filha de pais que cometiam abusos de álcool e drogas, Christina morava com uma tia, Shelly Rilling, que no final da tarde de sexta-feira deixou a adolescente no shopping Danbury Fair, onde ela se encontraria com o brasileiro. À noite, como a menina não apareceu no local combinado, Shelly chamou a polícia. Segundo investigadores, Christina estudava no colégio católico St. Peter?s, em Danbury, era chefe de torcida e ajudava na celebração de missas matinais. Outro casos de crimes envolvendo brasileiros tiveram grande repercussão na mídia norte-americana nos últimos quatro anos. O casal de brasileiros Renê e Margarida Bonetti, que moravam em Washington, foram obrigados a pagar multa de US$ 100 mil e indenização no valor de US$ 110 mil para a empregada doméstica Hilda Rosa dos Santos. Ela trabalhou para o casal de brasileiros sem receber durante 14 anos e, em janeiro, ganhou na Justiça o direito de receber os salários atrasados. Renê foi condenado ainda a seis meses de prisão. Este ano, Mário Fonseca Scherer foi condenado a 22 anos de prisão. Ele matou o empresário João Saboya, em Nova York, em 1999. Na mesma cidade, dois homossexuais foram mortos a facadas, em 1997. José Maria de Carvalho, 28 anos, foi condenado no ano passado à prisão perpétua pela morte de Angel Ramon, 51, e Roger Brooks, 42. Em 2000, Fernando Pereira Leite, de 21 anos, matou a própria mãe, Maria Cláudia Leite, 44, em Miami. Orlando da Costa Silva, 59, foi degolado em seu apartamento no Queens (NY). Aristide Correia Neto, 28, que morava com ele, confessou o crime.

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