Um turista brasileiro morreu nesta segunda-feira, 4, após sofrer uma parada cardiorrespiratória nos arredores do aeroporto de Santiago do Chile e não receber atendimento médico adequado, uma vez que os acessos e as saídas estavam bloqueados por táxis que protestavam contra os aplicativos Uber e Cabify.
A informação foi confirmada pela polícia, que identificou a vítima como Mario Irochi Suzuki, de 65 anos, que sofreu a parada cardiorrespiratória em meio ao caos provocado pelos donos e motoristas de táxis que exigem a eliminação dos aplicativos de transporte por considerá-los ilegais.
Centenas de taxistas bloquearam os acessos e saídas do aeroporto internacional da capital chilena, obrigando os passageiros a caminhar até três quilômetros para chegar às instalações ou encontrar algum meio de transporte.
O turista brasileiro tinha acabado de chegar ao Chile e, após sofrer a parada cardiorrespiratória, se passaram longos minutos até que a polícia conseguisse levá-lo em helicóptero a um hospital, onde acabou morrendo, segundo informaram as autoridades.
Os donos e motoristas de táxis, que várias vezes se mobilizaram contra o que consideram uma competência desleal de Uber e Cabify, bloquearam as vias e muitos deixaram seus veículos abandonados nas pistas.
Segundo os sindicatos do setor, o protesto continuaria até que as autoridades oferecessem uma proposta concreta para tirar de circulação o transporte de passageiros por meio de aplicativos.
No entanto, o protesto, que não tinha autorização das autoridades, se manteve por cerca de cinco horas, quando a polícia começou a usar guindastes para retirar os táxis.
Claudio Orrego, prefeito da região metropolitana de Santiago, considerou "inaceitável" a manifestação. "Ninguém pode pretender que se respeitem os seus direitos violando os direitos dos demais", disse aos jornalistas.
"Isto que vimos hoje é ilegal e claramente atenta contra uma boa convivência. Os donos e motoristas de táxis se jogaram contra a opinião pública nacional, porque não foram capazes de respeitar os direitos da cidade", acrescentou.
O Uber Chile, por meio de Felipe Contreras, seu gerente de Comunicações Corporativas, lamentou o ocorrido, ao apontar que "não acreditamos que manifestações desta natureza sejam a via para exigir mudanças. Pelo contrário, reafirmamos nossa visão de que o Chile precisa de mais e melhores alternativas de mobilidade". /EFE