Brasileiros que estavam no voo 128 da Continental Airlines nesta segunda-feira, 3, chegaram a pensar que o avião ia cair por causa do impacto da turbulência. Por causa do acidente, 26 dos 168 passageiros do voo, que fazia a rota Rio-Houston, ficaram feridos. O avião teve de ser desviado para Miami, na Flórida, para que as pessoas fossem socorridas. Quatro delas estão internadas em estado grave.
Segundo a estudante Carolina Portella, de 18 anos, o avião teve uma pequena turbulência e depois começou a cair. "Eu senti que o avião estava caindo. Simplesmente caiu", disse em entrevista ao Miami Herald. "Eu agarrei a mão da pessoa ao meu lado e me segurei", contou.
Os comissários da Continental, então, perguntaram desesperadamente se havia algum médico a bordo, segundo Carolina. Um homem que estava na primeira classe se levantou e começou a atender os passageiros. Carolina, fluente em inglês, o ajudou, traduzindo as conversas.
A família de Claudio Maia, sentada nos assentos da região traseira do avião, estava dormindo quando a turbulência começou e jogou os passageiros dos assentos. O filho dele teve um corte no peito ao bater no banco da frente. "Eu tive sorte porque minha mãe estava me segurando", disse Mariana Maia, de 9 anos. Ela teve escoriações na perna.
O passageiro Fabio Ottolini, de Houston, disse que os comissários estavam atendendo as pessoas nos corredores quando foram arremessados contra o teto do avião. "As pessoas não tiveram tempo de fazer nada", falou à agência Associated Press. Segundo testemunhas disseram ao jornal de Miami, uma mulher bateu violentamente a cabeça e um dos seus olhos ficou fechado, enquanto um lado do seu rosto sangrava.
Outro passageiro esteve no limite de voar, pois não estava usando o cinto do banco. O que o segurou foram seus pés, que estavam no apoio do assente em frente, disseram testemunhas. Uma outra mulher ficou inconsciente quando relógios, vidros de perfumes e garrafas de bebidas bateram nela.
Motivo
As autoridades dos Estados Unidos investigam as causas das fortes turbulências, segundo a agência Efe. Kathleen Bergen, porta-voz da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, afirmou que a turbulência atingiu nesta madrugada o avião entre Porto Rico e a ilha Grand Turk, ao norte da República Dominicana.
Bergen afirmou que não era conveniente estabelecer "paralelos e tirar conclusões" a partir de outros casos e disse que estavam investigando as causas da turbulência. A maior parte das pessoas que foram hospitalizadas em diferentes centros médicos da cidade sofre "dor no pescoço e nas costas", e algumas delas decidiram fazer exames por apresentarem cardiopatias antes do acidente, afirmou a porta-voz.