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Brasileiros presos por falsificação de documentos em Londres

Dos 22 suspeitos de integrarem a quadrilha, pelo menos 12 são brasileiros

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 12 das 22 pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha de falsificação de passaportes presa na quarta-feira, 22, pela polícia britânica são brasileiros. "Podemos confirmar que mais da metade dos detidos são cidadãos brasileiros", disse um porta-voz da Scotland Yard. Segundo ele, três dos presos foram encaminhados às autoridades de imigração para serem deportados do país e os 19 restantes deverão ser mantidos detidos e indiciados. A polícia confiscou mais de mil documentos falsos em duas fábricas, incluindo passaportes brasileiros, russos e portugueses. Foram apreendidas também 40 mil libras esterlinas (cerca de R$ 180 mil). As idades dos 22 presos varia entre 20 e 40 anos. A operação da Scotland Yard, que teve o codenome Greenhill, foi uma das maiores já realizadas para se desbaratar fábricas de documentos falsos. Ela envolveu mais de cem policiais e durou cerca de dois meses. Os policiais vasculharam na quarta 13 endereços diferentes em Londres e cercanias. John Kielty, inspetor-chefe da Operação Maxim, unidade da Scotland Yard especializada no combate ao crime organizado, disse que as operações do grupo eram sofisticadas. "Essas pessoas estavam produzindo documentos de alta qualidade", afirmou. "Não se trata apenas do equipamento que elas usavam, mas da habilidade e experiência dessas pessoas, que formavam uma gangue criminosa bem organizada." Os documentos falsos, afirmou o policial, podem ser usados para uma ampla série de crimes sérios, desde a fraude financeira ao terrorismo. "Eles estão nesse negócio pelo dinheiro, vendem os documentos para qualquer pessoa disposta a pagar." Ele explicou que apesar de terem sido presos durante a operação, três pessoas, "aparentemente cidadãos brasileiros", não tinham vinculação com a fraude e por estarem ilegais no país deverão ser deportados. O policial disse ser impossível se calcular o número de documentos falsos produzidos e vendidos pelo grupo antes do esquema ter sido desbaratado. "Eles tinha duas fábricas que operavam num ritmo acelerado", disse. "Mas não sabemos dizer quantos documentos foram fabricados nos últimos meses." Reincidência Em setembro do ano passado, dois brasileiros foram condenados a cinco anos de prisão por terem montado a maior fábrica de passaportes falsos já localizada no Reino Unido, avaliada pela polícia em mais de 12 milhões de libras. Segundo fontes policiais, passaportes falsos são negociados no país a preços que variam entre 1,5 mil e 3 mil libras esterlinas. Na semana passada, a imprensa revelou que o ministério do Interior emitiu irregularmente mais de dez mil passaportes britânicos no ano passado.

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