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Brasileiros retidos em Londres chegam a SP sem as bagagens

Caso as bagagens não sejam encontradas, os passageiros pretendem recorrer à Justiça comum

Por Anne Warth e da Agência Estado
Atualização:

O grupo de 17 brasileiros retidos em Londres há três dias desembarcou nesta terça-feira, 30, no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, mas continua sem as bagagens, perdidas depois de remanejamentos de vôos entre as empresas Air France, TAM e Varig. Segundo os passageiros, Air France e Varig informaram em Londres que as bagagens foram perdidas pela TAM. "Fomos muito bem atendidos pelas outras companhias aéreas e pudemos inclusive entrar nos depósitos com outras bagagens perdidas para conferirmos pessoalmente. A TAM não permitiu nada disso e ainda nos tratou muito mal", disse o engenheiro mecânico Marcos de Almeida Filho, de Limeira, confirmando o relato do engenheiro químico Luiz Lobato, feito na segunda-feira, 29, à Agência Estado. Diante do impasse, o grupo decidiu apelar ao Juizado Especial instalado em Guarulhos para tentar resolver a questão. A mala de Marcos continha parte do material que deverá apresentar em uma reunião de trabalho a ser realizada na quarta-feira. Segundo ele, na audiência, a TAM teria mostrado pouco caso em relação a seu problema. "Eles não estão nem aí para nós. O gerente de São Paulo se recusou a nos atender no Juizado e mandou uma outra funcionária em seu lugar", reclamou. O grupo tomou um vôo da Varig na noite de segunda, depois de ter sido prejudicado pelo cancelamento de um vôo da Air France no último sábado, devido à greve dos funcionários da companhia aérea francesa. Ainda no sábado, eles foram remanejados para outros vôos da Air France, posteriormente cancelados, e, no domingo, deveriam pegar um vôo pela TAM. Entretanto, a empresa alegou que a aeronave já estava lotada e que os brasileiros não poderiam embarcar. Os passageiros reclamaram dos maus-tratos recebidos pela gerência da empresa brasileira no exterior. "A TAM quer os comprovantes de despacho das bagagens, mas não queremos entregá-los porque é nossa única prova da quantidade de malas que a empresa perdeu", explicou, ressaltando que sua posição foi defendida pelos mediadores do Juizado. Na audiência, as empresas se comprometeram a unir esforços na busca das bagagens dos brasileiros, mas, pelas regras da IATA, a última empresa pela qual os passageiros voaram fica é considerada a responsável - a Varig, apesar de as bagagens nunca terem sido recebidas pela companhia aérea. Caso as bagagens não sejam encontradas, Marcos entrará com ação na Justiça Comum contra as empresas solicitando indenização - da Air France, pelo cancelamento, e da TAM, pelos maus-tratos, overbooking e perda da bagagem. Os passageiros continuam insatisfeitos com a TAM, que, ao contrário do alegado em Londres, negou, no Brasil, que a aeronave do vôo de domingo tenha viajado lotada, mas ainda assim não explicou porque os passageiros não puderam embarcar, se havia assentos disponíveis. "Se isso é verdade, eles não quiseram que embarcássemos e não sabemos o porquê", finalizou. Por e-mail, a assessoria de imprensa da TAM respondeu que o transporte de bagagens de empresas congêneres só é efetuado se o passageiro voou em suas aeronaves e se a companhia congênere responsável entregou, em Londres, essa mesma bagagem para a TAM.

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