Brasileiros são condenados na Inglaterra por falsificação de passaportes

A polícia afirmou que caso os dois brasileiros não tivessem sido presos, eles teriam produzido mais de 12 mil passaportes falsificados

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Por Agencia Estado
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Dois brasileiros foram condenados nesta terça-feira, 26, a cinco anos de prisão por chefiarem uma das maiores fábricas de passaportes e documentos de identidade falsificados já desbaratadas pela polícia no Reino Unido. Lucas Fernandez Jesus, de 27 anos, e Werleson Rodrigo de Oliveira, de 25 anos, foram presos em novembro do ano passado por agentes da Polícia Metropolitana de Londres - mais conhecida como Scotland Yard - quando circulavam num carro na região leste da capital britânica. Em abril, os dois admitiram serem culpados diante de um tribunal britânico. A polícia afirmou que caso os dois brasileiros não tivessem sido presos, eles teriam produzido mais de 12 mil passaportes falsificados, que são utilizados por imigrantes ilegais e criminosos. O preço de um passaporte falsificado pode variar entre mil (R$ 4 mil) e três mil libras no Reino Unido. A fábrica funcionava no bairro Stamford Hill, na região Norte da capital britânica, e produzia passaportes portugueses, italianos e espanhóis. No local foram encontrados cerca de 900 capas de passaportes e material suficiente para se produzir 12 mil documentos, dois computadores e cerca de 40 mil libras esterlinas (R$ 160 mil), além de equipamentos especializados para a produção de documentos falsos. "Esse caso serve como mais um exemplo de como o trabalho de inteligência da polícia funciona", disse o detetive Nick Downing, chefe da unidade Maxim da Scotland Yard, especializada no combate a documentos de falsos. "Ao trabalhar junto com as comunidades de Londres, os policiais foram capazes de prevenir que milhares de documentos falsos chegassem às ruas de Londres." Outro participante da operação policial, o detetive Tony Lynes, disse que o "o impacto para a economia britânica também seria incalculável pois cada passaporte daria a seu detentor do direito fraudulento de ser um cidadão da União Européia, o que lhe permitiria acesso aos serviços de saúde, moradia e muitos outros" Os dois brasileiros portavam documentos ilegais. Oliveira tinha seis identidades falsas diferentes. Em sua casa, no bairro de Bermondsey, os policiais encontraram 111 mil libras esterlinas (cerca de R$ 450 mil) num cofre, juntamente com outros passaportes e documentos falsos. Segundo a polícia, um passaporte falsificado pode potencialmente render até 30 mil (R$ 120 mil) libras esterlinas em operações fraudulentas nas mãos de um criminoso.

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