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Brasileiros são mortos ao caçar na Argentina

Crime teria sido cometido por compatriotas na virada do ano

Por Ariel Palacios e BUENOS AIRES
Atualização:

O assassinato de três brasileiros na virada do ano na Reserva Yabotí, na província argentina de Misiones, teria sido cometido por brasileiros, acredita a polícia da localidade, na fronteira com o Brasil. O motivo do crime teria sido vingança de uma família rival. A polícia diz que a investigação corre sob sigilo e por isso os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Ainda segundo a polícia argentina, eles voltaram ao País. As vítimas foram os irmãos Sérgio e Ademir Luft, de 29 e 31 anos, e seu cunhado, Raimundo Clem, de 50. Os três, que residiam em Itapiranga (SC), atravessaram a fronteira argentina no dia 26 de dezembro para caçar e pescar. O plano do trio era retornar ao Brasil no dia 2 de janeiro. Suas famílias não tiveram mais notícias deles até que os corpos foram localizados na sexta-feira passada. Segundo a polícia argentina, Sérgio teve as mãos, as pernas e o pênis decepados. A cabeça estava separada do corpo, possivelmente arrancada por animais selvagens, e apresentava golpes de facão. Na parte posterior do crânio, um orifício resultado de golpes. Raimundo Clem tinha a cabeça muito machucada, aparentemente por arma de fogo, e um tiro no peito. Os dedos das mãos e dos pés tinham sido devorados por animais. Ademir foi encontrado sob um tronco, nu, com a cabeça, pernas e pênis decepados. A cabeça estava em uma bolsa de pano. Os corpos ainda estão na selva. Segundo a polícia, até ontem à tarde o resgate não havia sido possível por causa da dificuldade em chegar à área. A polícia desistiu de usar cavalos para chegar ao local e cogita remover os cadáveres com helicóptero. INVESTIGAÇÃO A polícia de Itapiranga já começou a ouvir parentes e amigos dos três brasileiros. O delegado Ricardo Casagrande concorda que os autores do crime devem ser brasileiros. "Os fatos estão sendo apurados paralelamente às investigações em andamento na Argentina. É um triplo homicídio e merecedor de muita cautela por causada, também, da questão diplomática", comentou o delegado. Sem adiantar detalhes do inquérito policial, ele afirmou que a polícia trabalha com a possibilidade de que os criminosos sejam de uma família rival. Algumas rixas entre as vítimas e suspeitos fundamentam a linha de investigação. Parentes estão em Misiones aguardando a liberação dos corpos. Somente depois da necropsia é que serão trasladados para o enterro no Brasil. COLABOROU JÚLIO CASTRO

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