Briga de família motiva busca da Interpol

Brasileira e argentino disputam criança na Justiça dos 2 países; pai chegou a ser preso

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Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:
Nos tribunais. A mãe, Claudia, foi para a Argentina, para acompanhar os trâmites de devolução do menino Carlinhos Foto: Guga Matos/JC Imagem

BUENOS AIRES - Carlinhos, de 9 anos, é centro de uma disputa internacional. O advogado argentino Carlos Attias levou a criança do Recife há nove meses. O menino nasceu na Argentina, como as irmãs, de 10 e 13 anos. A família mudou-se para o Brasil em 2010. O casal se separou e o garoto passou a viver com a mãe, Claudia, e duas irmãs no País.

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Depois de três anos sem contato, os pais chegaram a um acordo para que Attias tivesse duas visitas por semana e a cada 15 dias levasse os filhos para casa. O pai foi autorizado a passar as últimas festas de fim de ano com os filhos, mas não devolveu Carlinhos. A mãe denunciou o caso como sequestro. 

Pai e filho eram procurados até dia 14 deste mês, quando Attias foi detido em Buenos Aires, a pedido da Interpol. Ele foi denunciado no Brasil por subtração de incapaz (pena de até 2 anos de prisão). Segundo Claudia, o pai havia sido condenado por não pagar a pensão por dois anos. Attias foi solto após ser ouvido pelo juiz Ariel Lijo, tirou o filho do abrigo oficial e voltou para sua casa em Buenos Aires. 

Em fevereiro, o advogado escreveu em uma carta: “Não sequestrei e nunca maltratei o meu filho, como diz a mãe. Foi ela que durante dois anos e meio impediu todo contato deles comigo”. Após ser libertado, ele ainda divulgou um vídeo em que Carlinhos diz em portunhol estar contente com a vida na Argentina. 

O advogado abriu no Brasil uma ação de maus-tratos contra Claudia. Ao Estado, ela disse que o menino relatou à Justiça ter sido maltratado por ela por influência paterna. A mãe foi para a Argentina, para acompanhar os trâmites de devolução do menino, mas voltou ao País na semana passada - onde aguardará decisão judicial. 

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