Resultado da união de ex-militantes dos antigos Partido Socialista Brasileiro e Partido Trabalhista Brasileiro, ambos extintos em 1965 durante o governo Castelo Branco, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) foi fundado no dia 26 de maio de 1980, no Rio."PDT, novo partido do grupo brizolista", noticiou o Estado. Entre os fundadores da nova legenda destacavam-se os governadores do Rio, Leonel Brizola, e do Rio Grande do Sul, Alceu Collares, o senador Darcy Ribeiro, o prefeito do Rio, Marcello Alencar, e o deputado federal Jamil Haddad.A formação do partido ocorreu após articulações simultâneas no Brasil e em Lisboa desde 1979. No exterior, políticos exilados imaginavam a reconstrução do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).Do grupo, que tinha Lisboa como ponto de apoio, faziam parte, entre outros, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, o jornalista Neiva Moreira, o líder camponês Francisco Julião e o deputado estadual Carlos Minc. No Brasil, Darcy Ribeiro, Cibilis Viana, Doutel de Andrade, Alencar Virgílio de Góes e outros articulavam com o mesmo objetivo.Fracasso. Toda essa mobilização, no entanto, fracassou. A legenda do PTB foi cedida pela Justiça Eleitoral a Ivete Vargas, sobrinha do ex-presidente Vargas. Brizola e seus seguidores acusaram o general Golbery do Couto e Silva, então chefe da Casa Civil no governo de João Baptista Figueiredo, de ser o responsável pela manobra que lhes tirou a sigla.A solução encontrada foi a criação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Explicava ainda o Estado: "O novo nome facilita uma possível união com o Partido dos Trabalhadores (PT), além de atender a pedido do cardeal d. Paulo Evaristo Arns, que sugeriu pessoalmente a Brizola a inclusão da palavra "democrático" na legenda."No dia 10 de novembro de 1981, o Tribunal Superior Eleitoral concedeu o registro definitivo do PDT. O fundador e presidente do partido, Leonel Brizola, morreu no dia 21 de novembro de 2004, em um momento que articulava uma frente de seu PDT com o PMDB para atuar nas eleições municipais e na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.Em entrevista ao Estado durante o velório, o então presidente do PSDB, José Serra, resumiu o momento: "Fecha-se hoje um ciclo no Brasil, um volume da história nacional da era do trabalhismo mais autêntico de Vargas. Brizola encarnava este tipo de trabalhismo."