Caçadores de tesouros

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Por Redação
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"O que de mais valioso existe na capela, muito além de sua boa e harmoniosa decoração, são as pinturas que ornam os tetos de sua capela-mor e nave, executadas pelo também mulato Padre Jesuíno do Monte Carmelo, que Mário de Andrade considerou a obra mais plástica que Jesuíno nos deixou, a que menos se preocupa desenhisticamente de contar, mas a que mais constrói e decora." A descrição para o tombamento feita pelo Iphan já faria valer uma visita à Igreja da Ordem Terceira do Carmo (Rua Rangel Pestana, 230, tel. 3119-1168), construída em 1632. A igreja é um exemplo da São Paulo escondida e cheia de tesouros para quem se dispuser a procurar. E não é o único. Na Livraria Brandão (Rua Coronel Xavier de Toledo, 234, sobreloja, tel. 3214-3646), é possível encontrar exemplares raros como a Biblioteca Histórica Paulista. Só saíram cem exemplares. Na Casa Lomuto (Rua Quintino Bocaiúva, 176, sala 504, tel. 3115-5031), o pesquisador Roberto Gambardella vende raridades de discos em 78 rpm - sua coleção inclui todos os cantores brasileiros até 1945. Ainda no centro, um roteiro de caça ao tesouro deveria incluir uma visita ao Mosteiro São Bento (Largo São Bento, tel. 3328-8799). No local, os monges beneditinos vivem no claustro - aos domingos, é possível vê-los entoando cantos gregorianos e, durante a semana, experimentar as iguarias dos pães e doces preparados na abadia. Em outros bairros, a ordem é garimpar, como no brechó Minha Avó Tinha (Rua Franco da Rocha, 74, tel. 3865-1759). Na Penha, a Ornatos (Rua Capitão João Cesário, 116, tel. 6646-4495) vende ladrilhos hidráulicos feitos à mão. Uma sugestão gratuita é o Samba da Vela (Praça Francisco Ferreira Lopes, 434, tel. 5522-8897), encontro de sambistas que ocorre todas as segundas-feiras, às 20h30. Outra é o Sarau da Cooperifa (Rua Bartolomeu dos Santos, 797, tel. 5891-7403), com escritores se reunindo nas noites de quarta-feira para recitar poesias. São movimentos da periferia e também tesouros paulistanos.

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