
06 de agosto de 2011 | 00h00
Na prática, significou o congelamento do procedimento que já se arrasta por 15 anos. A Aeronáutica precisa começar a receber os jatos em 2014. Dilma pretende revelar sua decisão em 2012. Não vai dar tempo.
Ontem, oficiais em postos de comando das Forças lembravam do desconforto provocado pela aproximação do Brasil com o Irã, por meio de Celso Amorim. Segundo lembrou um militar da área de pesquisa, em fevereiro de 2010 o Senado pediu informações ao chanceler sobre eventual apoio e participação brasileira no Programa Nuclear do Irã. O ex-senador Heráclito Fortes, autor da convocação, disse que no depoimento o ministro limitou-se a tratar da malograda proposta de acordo, apresentada pelo Brasil e pela Turquia ao presidente Mahmoud Ahmadinejad.
A preocupação é com as consequências de uma eventual retomada das relações bilaterais no campo da energia nuclear. O programa brasileiro custa pouco e é bem-sucedido. Ao longo de aproximadamente 25 anos consumiu pouco mais de US$ 1 bilhão. É eficiente: permitiu ao País o estratégico controle do ciclo completo do combustível atômico e o acesso à engenharia de máquinas ultracentrífugas - destinadas ao enriquecimento do urânio - e de reatores compactos, para equipar os submarinos nucleares em desenvolvimento pela Marinha.
Tudo bem diferente do Irã, que, no mesmo período, gastou estimados US$ 35 bilhões em seu projet0, depende de consultores estrangeiros, constrói centrífugas de grande fragilidade e, há um ano, sofreu um arrasador ataque cibernético na rede digital. Cerca de 3 mil máquinas de beneficiamento de urânio foram diretamente atingidas.
Teerã procura parceiros independentes e simpáticos ao regime dos aiatolás para superar suas deficiências.
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