Caciques regionais perdem espaço

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) foi um dos derrotados neste domingo

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Por Agencia Estado
Atualização:

A eleição deste ano diminuiu o poder de antigos caciques regionais que não conseguiram se reeleger ou eleger seus aliados, ou o estão fazendo com dificuldade muito maior do que o normal em outras épocas. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi duplamente derrotado. Depois de quatro mandatos consecutivos na Bahia, o carlismo perdeu para o PT na eleição deste domingo com a vitória em primeiro turno do ex-ministro de Relações Institucionais Jaques Wagner. O candidato carlista, Paulo Souto (PFL) tentava a reeleição. Para o Senado, ACM não conseguiu reeleger seu afilhado político Rodolpho Tourinho (PFL-BA) para a vaga em disputa. João Durval (PDT) ficou com a vaga. Há dois anos, o carlismo foi derrotado na eleição para prefeitura de Salvador por João Henrique (PDT), filho do senador eleito no domingo. Com tantas derrotas, restou a ACM comemorar a expressiva reeleição do seu neto para a Câmara dos Deputados. Em Tocantins, os Siqueira Campos também tiveram dupla derrota. Candidato a governador do Estado, Siqueira Campos, o pai, foi derrotado no primeiro turno pelo governador Marcelo Miranda (PMDB), reeleito. O filho senador Eduardo Siqueira Campos perdeu a vaga para a deputada Kátia Abreu (PFL), que teve mais da metade dos votos válidos. Acostumado a ser reeleito com facilidade, dessa vez o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) precisou suar a camisa depois que se viu ameaçado a perder o posto para a candidata Cristina Almeida (PSB). Sarney obteve 53,93% dos votos válidos e Cristina Almeida, que disputou uma eleição pela primeira vez, conseguiu 43,53% dos votos válidos. Passada sua eleição, Sarney terá de continuar em campanha para ajudar a senadora Roseana Sarney (PMDB), sua filha, na tentativa de se eleger na disputa em segundo turno para o governo do Maranhão. A previsão de se eleger em primeiro turno para o seu terceiro mandato não se confirmou. Caso não consiga ser vitoriosa, será a interrupção de 40 anos de poder da família Sarney no Maranhão desde a entrada do ex-presidente Sarney no governo do Estado em 1966. No Ceará, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, também perdeu capital político. Seu partido, que comandava o Estado há 20 anos, perdeu a disputa ao governo para Cid Gomes (PSB), irmão do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes. Por divergência com o governador Lúcio Alcântara (PSDB), que tentava a reeleição, Jereissati abandonou a disputa. No caminho inverso dos antigos caciques, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) aumentou o seu cacife político. O PMDB do Rio elegeu 10 deputados federais e o candidato do partido ao governo, senador Sérgio Cabral, chegou com 41,42% dos votos na disputa em primeiro turno contra 23,78% da segunda colocada, a deputada Denise Frossard (PPS).

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