Cadeirante se arrasta para subir escada de avião em Foz do Iguaçu

Stair trac da Gol não estava disponível no momento do embarque; a Agência Nacional de Aviação Civil notificou a companhia 

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Por Julio Cesar Lima
Atualização:

CURITIBA - A executiva Katya Hemelrijk da Silva, de 38 anos, que é cadeirante, precisou se arrastar pela escada de uma aeronave da empresa Gol às 5 horas desta segunda-feira, 1º, no voo que a levaria de Foz do Iguaçu (PR) para São Paulo. O incidente aconteceu porque, segundo a companhia, o equipamento utilizado pela companhia para transportar as pessoas não estava disponível naquela hora. Katya postou sua situação constrangedora no Facebook. 

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"Já conversei com a Cia Aérea GOL e disse que não tenho a mínima intenção em processar ou fazer nenhum tipo de sensacionalismo com a situação. Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento (mesmo porque estamos prestes a receber uma Paraolimpíada)", disse Katya, em sua página pessoal. 

"O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam", afirmou na rede social. 

Executiva relatou episódio em sua página no Facebook Foto: Reprodução/Facebook

Notificação. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) notificou a Gol e o operador aeroportuário do Aeroporto de Foz do Iguaçu (Infraero) para que, em dois dias, prestem informações sobre o embarque de passageira com deficiência.

Segundo a Anac, as irregularidades na conduta da companhia ou do operador em relação ao tratamento de passageiros que demandam atendimento especial no transporte aéreo resultarão em autuações que podem gerar até R$ 300 mil em multas.

A empresa se manifestou por meio de uma nota oficial e lamentou o ocorrido. "A GOL Linhas Aéreas Inteligentes esclarece que o stair trac - equipamento utilizado para levar clientes com deficiência física até o interior de aeronaves - da base de Foz de Iguaçu não estava disponível para uso". A empresa diz ainda que tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível, e que ofereceu outras alternativas para a cliente, "que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia".

A Infraero informou que o embarque e o desembarque de passageiros são da responsabilidade de cada companhia.

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