Cai número de acordo entre passageiros e companhias aéreas

Declínio começou com a inauguração dos postos de juizados especias nos aeroportos; Gol é a líder de queixas

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Por Paulo R. Zulino
Atualização:

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estimulou as companhias aéreas a retomarem a busca pelo entendimento com os passageiros nos casos que chegam aos juizados especiais instalados nos aeroportos de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com as estatísticas apresentadas pelos juizados, o número de acordos vem caindo desde a inauguração dos postos, em 8 de outubro do ano passado. Segundo o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, designado para coordenar o trabalho dos juízes nos aeroportos pela presidente do CNJ e do STF, ministra Ellen Gracie, "aparentemente, as companhias aéreas têm preferido responder às ações que resultam de tentativas fracassadas de acordo em vez de buscar o entendimento com seus clientes".   Em reunião entre representantes dos juizados, das companhias aéreas, da ANAC, da Infraero e da Polícia Federal, realizada nesta terça-feira, 29, em Brasília, foi oficializada a prorrogação do prazo de funcionamento dos juizados. A princípio, os postos funcionariam até o último 31 de janeiro. No entanto, em razão da demanda ,e tendo em vista o período do carnaval e do feriado de Páscoa, o trabalho será estendido até o próximo dia 31 de março.   Além de assinar o termo aditivo do acordo que permite o funcionamento dos juizados nos aeroportos, o encontro também serviu para a divulgação das estatísticas dos postos. Os juizados nos aeroportos realizaram até hoje 9.608 atendimentos, chegando a 1.395 acordos (14,51%). As reclamações mais freqüentes são falta de informação por parte das companhias aéreas, atraso e cancelamento de vôos, falta de assistência, extravio, violação ou furto de bagagens, documentação, overbooking e falta de respeito e cordialidade por parte dos funcionários das empresas.   A Gol é a empresa que detém o maior número de reclamaçõe em quatro dos cinco aeroportos onde funcionam os juizados. A empresa lidera o ranking das queixas nos aeroportos Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, Internacional Governador André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, Internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão, e Santos Dumont, ambos no Rio de Janeiro. Em Congonhas, na zona sul de São Paulo, o primeiro lugar nas reclamações é da TAM, seguida pela Gol.   Em Brasília, são 343 reclamações contra a Gol, 243 contra a TAM e 214 contra a BRA. Em Guarulhos, foram 387 casos contra a Gol, 374 contra a TAM e 314 contra a BRA. No Tom Jobim, a Gol aparece na frente, com 383 reclamações. A TAM vem logo em seguida, com 347 e, em terceiro, aparece a BRA, com 203. Em Congonhas, o ranking das empresas mais reclamadas é liderado pela TAM (474), seguida da Gol (374) e da Varig (133).