Caixa preta de jato Legacy começa a ser analisada

Para Ronaldo Jenkins, diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação, somente uma investigação detalhada poderá apurar os motivos da colisão entre o jato da Embraer e o avião da Gol

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Por Agencia Estado
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O trabalho de análise da caixa preta do jato executivo Legacy, da Embraer, que colidiu com o Boeing 737-800 da Gol com 155 pessoas na sexta-feira, começou a ser feito neste domingo, 1º, em São José dos Campos, em São Paulo, segundo o diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação (Snea), Ronaldo Jenkins. Segundo ele, somente uma investigação detalhada poderá apurar os motivos da "raríssima" colisão na história da aviação mundial que ocorreu entre os dois aviões. Jenkins participará dos trabalhos de investigação após a conclusão da primeira parte do processo, o trabalho de campo iniciado no sábado por técnicos de várias instituições da aviação civil brasileira. Jenkins disse ainda que, embora o prazo tradicional determinado para esse tipo de investigação seja de 90 dias, é impossível antecipar quando a análise do acidente estará concluída. Ele avalia que apenas uma investigação bastante detalhada será capaz de determinar porque a colisão ocorreu e derrubou a aeronave da Gol. Jenkins presidiu a investigação de todos os acidentes aéreos ocorridos no Brasil entre 1976 e 1991 e, desde então, participou também da análise de vários desastres aéreos. Alarme falhou Nos depoimentos dados durante toda a noite de sábado e a madrugada deste domingo, os tripulantes, piloto e co-piloto, e os passageiros do jato Legacy 600, que colidiu com o Boeing da Gol, disseram, segundo relato da Polícia Civil de Mato Grosso, que sentiram o impacto, ouviram o barulho e nada viram. O piloto, Joe Lepore, e o co-piloto, Jan Palladino, revelaram que o jato, comprado dias antes, tem o equipamento anticolisão (dispositivo que identifica a aproximação de outra aeronave), mas por um motivo desconhecido o alarme não disparou. Os tripulantes disseram que a colisão teria ocorrido por volta das 17h30. Em seguida, o jato fez o pouso de emergência na Serra do Cachimbo. A aeronave estava no piloto automático, como de praxe, e passou a ser conduzida manualmente após o impacto. Piloto e co-piloto informaram que estavam acordados, que a visibilidade era boa e que estavam recebendo normalmente as comunicações do comando do tráfego aéreo. Recém comprado pela empresa Excell Air Services, o Legacy partiu de São José dos Campos, em São Paulo, com destino aos Estados Unidos e escala prevista em Manaus. Matéria atualizada às 15h50

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