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Calça da namorada foi lavada antes de ser entregue à perícia

Ao contrário do que foi divulgado inicialmente, a advogada não teria entregue espontaneamente as roupas à polícia

Por Agencia Estado
Atualização:

A calça verde escura que a advogada Carla Prinzivalli Cepollina usava na noite do assassinato do coronel da reserva Ubiratan Guimarães foi lavada antes de ser entregue à polícia. Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) encontraram a peça molhada quando chegaram à residência da advogada para recolher as roupas. Além da calça, os policiais levaram ainda a blusa e a jaqueta de couro pretas, sapatos e bolsa que a advogada disse que usava no dia do crime. Até a tarde desta terça-feira, 12, as roupas não tinham sido entregues ao laboratório do Instituto de Criminalística (IC), porque a calça estava secando nos fundos do DHPP. Ao contrário do divulgado inicialmente, Carla não entregou as roupas espontaneamente. O delegado Armando de Oliveira da Costa Filho, chefe da Divisão de Homicídios, afirmou que os investigadores tiveram de buscar as peças na casa da advogada. Foi ela mesma quem apontou as roupas que usava na noite do crime. As roupas foram apreendidas porque Carla não se submeteu ao exame residuográfico, aquele que permite confirmar se uma pessoa atirou. ?Não requisitamos essa análise porque já havia passado mais de 36 horas do momento do crime e seria inconclusivo. Esse tipo de exame só apresenta resultados até 8 horas depois do disparo?, disse o delegado. Peritos do Instituto de Criminalística informaram que a lavagem da roupa não deverá atrapalhar o exame metalográfico (que busca vestígios de chumbo, lítio, enxofre e antimônio, entre outras substâncias). Os peritos informaram que os aparelhos usados pelo IC são modernos e ultra-sensíveis a essas substâncias, que não seriam removíveis com uma única lavada. Diferentemente do que Costa Filho argumentou, os técnicos do IC informaram que o exame residuográfico pode ser feito até uma semana após o crime, pois os vestígios de metais ficam impregnados na pele por longo período. No apartamento de Ubiratan, os peritos colheram diversos fragmentos de digitais que foram encaminhadas ao IIRG para confronto datiloscópico e identificação de quem esteve no apartamento dele nos últimos dias. ?Nós queremos saber se alguém estranho esteve no apartamento. Sabemos que três pessoas freqüentavam a casa: a vítima, Carla e a empregada?, disse o perito Ricardo da Silva Salada. Os peritos também recolheram uma toalha bege com uma mancha avermelhada. ?Essa mancha pode ser proveniente da menstruação da namorada, por exemplo. Recolhemos essa peça porque nessa hora não podemos desprezar nada?, informou o perito.

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