Calçada próxima a obras de metrô afunda no Rio

Duas crateras se formaram e pelo menos quatro edifícios residenciais sofreram rachaduras em Ipanema; não houve feridos e as causas ainda estão sendo investigadas.

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Por Idiana Tomazelli
Atualização:

Atualizado às 18h42 -

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Um afundamento de solo próximo às obras da linha 4 do metrô na rua Barão da Torre, em Ipanema (zona sul do Rio), tirou moradores de casa em plena madrugada do domingo de Dia das Mães e provocou pânico. Duas crateras se formaram na via e pelo menos quatro edifícios residenciais sofreram rachaduras. Não houve feridos. As causas ainda estão sendo investigadas.

O incidente ocorreu por volta das 3h, no trecho entre as ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, e fez com que alguns moradores buscassem abrigo em um hospital próximo. "O pessoal que mora nos apartamentos de frente ouviu o barulho. Na hora, sentimos um cheiro forte de gás. Muita gente desceu, com medo que desabasse", contou o promotor de vendas Fernando Azevedo, morador do prédio número 137, um dos mais atingidos.

No acesso ao edifício, as marcas do afundamento estavam no desnível no solo, nas extensas rachaduras e no canteiro de plantas, com um dos lados caídos e brechas nas laterais das muretas. O portão do prédio cedeu junto com o solo.

Para o engenheiro eletrônico Ivar Miguel dos Santos, morador do prédio 133, que também sofreu rachaduras, houve falta de informações. "Está todo mundo inseguro. Quero saber se tem risco dormir aqui com meus filhos", disse.

Em nota, o consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras entre Ipanema e a Gávea do metrô, informou que ainda analisa as causas do incidente, mas não detalhou as hipóteses nem estabeleceu prazo para divulgar as conclusões. Só divulgou não haver risco para a estabilidade dos prédios e que qualquer dano causado pelas obras será reparado.

De manhã, o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio e técnicos do consórcio realizaram vistoria preliminar, sem detectar risco para a estrutura dos prédios. Mais tarde, um engenheiro da Defesa Civil do município inspecionou quatro edifícios e chegou à mesma conclusão. Apesar das rachaduras, a avaliação foi de que não houve colapso estrutural com risco de desabamento.

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"Durante as vistorias não foi encontrado indício de risco estrutural nos imóveis", afirmou em nota a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, à qual a Defesa Civil é ligada. Os moradores, segundo o comunicado, foram orientados a retornar às casas. Alguns chegaram a ser hospedados em hotéis, medida tomada pelo consórcio diante da insegurança das pessoas em permanecer nos edifícios.

À tarde, as crateras já haviam sido enchidas com concreto, mas os prédios ainda tinham o abastecimento de gás interrompido. A suspensão do serviço foi uma precaução, pois, quando a calçada cedeu, tubulações de água e gás foram comprometidas, informou o consórcio.

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