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Câmara tem um mês para analisar vetos de Marta

Por Agencia Estado
Atualização:

A Câmara Municipal tem um mês, a partir de amanhã, para analisar os vetos da prefeita Marta Suplicy (PT) a pontos polêmicos do Plano Diretor. Para os vereadores, avalizar a decisão da prefeita será o primeiro passo para reverter o desgaste sofrido pelos vereadores nas últimas semanas. De acordo com parlamentares ouvidos pela Agência Estado, é pouco provável que os vetos sejam rejeitados. Pela lei, os vereadores vão decidir no plenário se aceitam ou não as restrições da prefeita. Caso os vetos sejam derrubados, ficará valendo o projeto original aprovado pela Câmara e que altera o zoneamento em algumas regiões estritamente residenciais. "Ninguém vai ter a cara-de-pau de ser a favor de uma coisa dessas", disse o líder do PSDB, Ricardo Montoro. Opinião semelhante tem o líder do governo na Casa, Arselino Tatto (PT). "Vou trabalhar para manter a decisão da prefeita." Além disso, os parlamentares querem retomar o ritmo das votações, prejudicado com as discussões sobre o Plano Diretor. Montoro afirmou que a bancada tucana vai defender a aprovação de projetos de vereadores. "Os líderes do governo sempre quiseram votar apenas os projetos do Executivo", justificou. Tatto adiantou que aceita a proposta do líder da oposição. "Mas eles também vão ter de ter a sensibilidade de votar projetos importantes do governo, como a anistia de imóveis." O petista admitiu que os episódios ocorridos antes da aprovação do Plano Diretor - em que emendas polêmicas foram apresentadas de última hora sem o debate entre os vereadores e com a sociedade - prejudicaram a imagem do legislativo. "É claro que atrapalhou, mas agora é hora de trabalhar", disse Tatto. "Por isso, vai ser um suicídio político para todos se os trabalhos não forem retomados normalmente", acrescentou o líder do governo, referindo-se à proximidade das eleições, em que muitos parlamentares são candidatos. "A Câmara tinha resgatado sua imagem e estava em um processo muito bom de trabalho, mas, de repente, houve um tropeço", disse o presidente da Câmara, José Eduardo Cardozo, que foi acusado de tentar usar o episódio das emendas para impulsionar sua candidatura a deputado federal. Cardozo foi um dos líderes do grupo de vereadores que pediram à prefeita para retirar os pontos polêmicos do projeto. Eleições Apesar da intenção de alguns vereadores de retomar as atividades no plenário, a Câmara deve começar a sofrer um processo de esvaziamento a partir dos próximos dias, por causa das eleições de outubro. "Quem não é candidato está ajudando na campanha majoritária", disse Montoro. Na terça-feira, ele vai propor novamente um calendário especial até o fim do processo eleitoral. A idéia, que está sendo discutida desde o início do semestre, é que os vereadores concentrem todas as votações em um dia da semana, possivelmente às quartas-feiras.

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