Câmara terá uma renovação de 43,7%

Taxa é inferior à de 2006, mas 224 dos 513 deputados não obtiveram a reeleição; RR trocou 7 dos 8 parlamentares

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Por Bruno Tavares
Atualização:

Dos 513 integrantes da Câmara dos Deputados, 224 não voltarão no próximo ano - renovação de 43,7%. O Estado que mais alterou sua bancada foi Roraima - sete das oito vagas terão novos ocupantes. O Rio Grande do Norte foi o que menos modificou sua base - das oito cadeiras, sete serão de deputados reeleitos.Os três maiores colégios eleitorais - São Paulo, Rio e Minas - tiveram renovação de 44,3%, 46% e 36%, respectivamente. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar (Diap), a mudança foi a maior em 1990 - 62%. Em 2006, o porcentual atingiu 48,7%.Na lista dos que não se reelegeram estão nomes de peso, como os tucanos paulistas Vanderlei Macris, Walter Feldman, Ricardo Montoro e Arnaldo Madeira. O PT também registrou baixa importante, com a não reeleição de José Genoino. Ainda ficaram de fora da próxima legislatura os deputados William Woo (PPS-SP) e Luiz Antonio de Medeiros (PDT-SP). No Rio, Marcelo Itagiba (PSDB) foi um dos que não conseguiram se reeleger.A maior votação foi do palhaço Tiririca (PR-SP), 1,3 milhão de votos. Se destacaram ainda Garotinho (PR-RJ), com 694 mil; Manuela D"Ávila (PC do B-RS), com 482 mil; Ana Arraes (PSB-PE), com 387 mil, e Ratinho Jr. (PSC-PR), com 358 mil.A relação de proporção de votos é encabeçada por Antônio Reguffe (PDT-DF), que obteve 18,95%. Ele é seguido por Márcio Bittar (PSDB-AC), com 15,34%; Marinha Raupp (PMDB-RO), com 14,23%; Teresa Jucá (PMDB-RR), com 13,39%, e Fátima (PT-RN), com 13,33%. O deputado federal menos votado foi o ex-big brother Jean Wyllys (PSOL-RJ), com 0,16% - se elegeu graças à votação de Chico Alencar.As regras de votação permitem que candidatos bem votados em seus Estados não se elejam, enquanto outros sejam levados ao parlamento pelos "puxadores" de voto. Nessas eleições, o caso mais emblemático foi o de Tiririca, que emplacou três candidatos - Otoniel Lima (PRB-SP), Vanderlei Siraque (PT-SP) e Protógenes (PC do B-SP).Segundo o Diap, 478 eleitos foram beneficiados por "puxadores" de voto - ou seja, só 35 deputados conseguiram se eleger com seus próprios votos. Com quase 100% das urnas apuradas, o PT confirmou as projeções e conseguiu superar o PMDB, tornando-se o partido com maior número de cadeiras na Câmara - 88 ante as 83 de 2006. A maior bancada já obtida pelo partido foi em 2002: 91 assentos. Somadas, as nove siglas que compõe a principal base de apoio da candidata Dilma Rousseff (PT) detêm 309 das 513 cadeiras da Câmara. Isso dá a um eventual governo petista a chamada maioria constitucional.Os dois principais partidos de oposição ao presidente Lula, PSDB e DEM, perderam juntos 34 deputados. A bancada oposicionista conseguiu 111 cadeiras.Apesar da "onda verde" alavancada pela candidata Marina Silva (PV), o partido não cresceu tanto na Câmara - saltou de 13 para 15 cadeiras. O número pode diminuir conforme o resultado de julgamentos de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa.

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