Camelôs usam bombas e ovos para fechar comércio

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Por Ana Carolina Moreno
Atualização:

Com tochas, apitos, bombas caseiras e ovos, o Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo (Sindcisp) promoveu ontem duas manifestações pelas ruas do Brás, no centro de São Paulo. Pela manhã, os ambulantes tentaram impedir o comércio de abrir as portas. Pelo menos cinco lojas e dois carros foram atingidos por ovos atirados por cerca de 150 pessoas, que também soltaram bombas. Indignado, o gerente de uma loja de eletrodomésticos chamou os camelôs de "baderneiros que só querem fazer bagunça". O protesto foi motivado pela decisão da Subprefeitura da Mooca de coibir o comércio de ambulantes de madrugada e cassar licenças dos que trabalham de dia no Largo da Concórdia. "A cidade está bonita às custas da miséria dos menos favorecidos", disse o presidente do Sindcisp, Afonso José da Silva. O subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, promete estender a restrição aos camelôs entre 4 horas e 7h30, quando funciona a Feira da Madrugada. Só terá de sair, porém, quem trabalha nas calçadas. Segundo ele, o shopping popular instalado há um ano em um estacionamento próximo vai continuar funcionando. O Sindcisp acusa os proprietários do shopping de cobrar preços abusivos por venda e aluguel de boxes. O sindicato aprovou ontem, em assembléia, um grande protesto no dia 7. A idéia é fechar o comércio e promover uma greve de fome na frente da sede da Subprefeitura da Mooca. Odloak disse que tanto o pedido de novos Termos de Permissão de Uso (TPU) como o fim da fiscalização são reivindicações inviáveis.

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