Câmeras e guardas contra a violência

Temporada será o primeiro grande teste para o sistema de segurança montado em São Sebastião

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A próxima temporada de verão será o primeiro grande teste do sistema de segurança iniciado neste ano em São Sebastião, no litoral norte. A expectativa é de que as 37 câmeras de monitoramento instaladas e os 60 homens da Guarda Civil Municipal, implantada em julho, consigam manter no verão os baixos índices de criminalidade no município. Já as vizinhas Bertioga e Caraguatatuba amargam aumento do número de homicídios. Entre 2001 e 2005, a cidade sofreu com a criminalidade crescente. Então, desistiu de esperar o reforço no policiamento e decidiu adotar medidas que alguns condomínios já faziam havia muito tempo: monitoramento por câmeras, criação da Guarda Municipal e participação ativa da sociedade. Até agora, vem dando certo. São Sebastião registrou 10 homicídios neste ano, entre janeiro e setembro, ante 13 do ano passado. Apesar de o número de furtos ter aumentado no período - de 941 em 2007, ante 1.064 neste ano -, a cidade reduziu também o índice de roubo, de 168 para 133, e de furto e roubo de veículos - caiu de 82 para 40 casos. Só na criação da Secretaria de Segurança Urbana, que inclui a guarda, a defesa civil, fiscalização de trânsito e guarda patrimonial, foram investidos R$ 11 milhões. A previsão orçamentária para 2009 é de R$ 12 milhões nessa área. A instalação da central de monitoramento e das 37 câmeras blindadas espalhadas pelo centro, na costa norte e em bairros até então considerados perigosos, como a Topolândia, custou R$ 1,6 milhão. São Sebastião deve ter um orçamento de R$ 300 milhões no ano que vem. "Estou muito otimista", diz o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) da Costa Sul, Éder Ávila. O Conseg engloba áreas importantes para o turismo de São Sebastião, como Juqueí, Baleia, Saí, Maresias e Camburi. Todos os bairros têm um representante no Conseg e quase todos têm vigilância particular. "Chegamos a um ponto que, para ter segurança, temos de pagar por ela. Há alguns anos, as pessoas estavam vendendo suas casas." O apoio da comunidade ocorre por meio de reuniões para discutir questões básicas, como a segurança em si e ações sociais que podem reduzir a criminalidade, como iluminação e comportamento do turista. No dia 11, moradores de Juqueí, um dos bairros mais valorizados do litoral paulista, onde o condomínio chega a custar R$ 1.500 por mês, vão se reunir com o delegado seccional do litoral norte, Mússio Mattos, para discutir segurança. "O pessoal do litoral norte está percebendo que, se investir em segurança e limpeza das praias, está valorizando o próprio imóvel", diz o presidente da Sociedade Amigos do Juqueí (Samju), Luiz Carlos Frayse David, ex-presidente do Metrô de São Paulo. Entre outros assuntos, eles vão discutir como orientar o turista a tomar cuidados básicos para evitar ocorrências. Na Praia da Baleia, 95% dos moradores dos cerca de 30 condomínios colaboram para a Sociedade Amigos da Baleia (Sabaleia) manter os 22 funcionários da comunidade que cuidam da vigilância e limpam as praias. A sociedade mantém ainda cinco guarda-vidas, que contam com um jet ski. "É uma estrutura que vem sendo instalada há cinco anos", diz o coordenador da Sabaleia, Eduardo Nunes.

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