Uma caminhada organizada pelo Fórum em Defesa da Vida reuniu hoje pela cerca de 15 mil pessoas no Jardim Ângela, na extrema zona Sul da capital. A 9ª Caminhada Pela Vida e Paz em Favor do Desarmamento partiu de umapraça na estrada do M?Boi Mirim e terminou no Cemitério São Luiz, onde foi inaugurado um posto de arrecadação de armas. Segundo a coordenadora do Fórum em Defesa da Vida, Célia Cymbalista, o objetivo da passeata era chamar a atenção dasociedade civil para a questão da violência. "A passeata e a celebração foram muito boas. Conseguimos a mobilização quequeríamos não só para a questão do desarmamento, mas também para o referendo que acontecerá no ano que vem sobre aquestão das armas".O Jardim Ângela, explica a coordenadora, é uma das áreas onde se registra o mais alto índice de exclusão social e mortesviolentas na capital. "Por isso, a passeata é marcada para o Dia de Finados. Aqui na região o índice de jovens entre 14 e 24 anosque morrem violentamente é muito alto e a maioria deles é enterrada no Cemitério São Luiz", disse. A cada 100 mil habitanteseram registradas 120 mortes no Jardim Ângela em 1996. "O índice já diminuiu um pouco". Atualmente o número de mortos é 80.Para Célia, a carência de serviços de saúde e educação, além da baixa oferta de lazer e moradia, são os principais motivos que incentivam a violência no local. "Queremos mostrar para nós mesmos que temos força e presença para lutar contra essarealidade e para alertar outras partes da cidade para a existência desse movimento, além de chamar a atenção dos governantes eautoridades para que eles dêem mais atenção a regiões como a nossa". As informações são da Agência Brasil.