A Região Metropolitana de Campinas (SP) será inserida no Programa de Prevenção à Violência, que faz parte do Plano Nacional de Segurança Pública. O pedido foi feito hoje ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, pelos presidentes da Região Metropolitana de Campinas e prefeito de Vinhedo, Milton Pedro Serafim (PSDB), e da Organização Não Governamental (ONG) Viva Campinas, Agostinho Tavolaro, e foi prontamente aceito. Eles apresentaram ao general um relato completo sobre a gravidade da criminalidade na área. No encontro, o representante dos prefeitos informou ao general que a situação na região é "desesperadora". Milton Serafim atribuiu o aumento da violência à falta de entrosamento entre as polícias civil, militar e metropolitana. "Quando as ações não são tomadas e realizadas em conjunto, a segurança fica frágil, facilitando a expansão da marginalidade", disse o prefeito, que admitiu que hoje a população de Campinas tem medo de sair às ruas. "Em 2001 ocorreram cerca de 600 assassinatos, o dobro em relação ao ano de 2000", relatou o presidente da ONG Viva Campinas. Segundo ele, o número de seqüestros subiu mais do que cinco vezes. Agostinho quer entregar ao presidente Fernando Henrique Cardoso um documento com 35 mil assinaturas obtidas em Campinas falando sobre a gravidade da violência na cidade, e pedindo providências. O prefeito propôs a instalação de um Estado de Defesa na região, colocando o Exército nas ruas para combater o crime. O general Cardoso, que se mostrou "muito sensível" aos apelos, descartou tanto o Estado de Defesa quanto o uso das Forças Armadas no policiamento ostensivo. Além da inclusão de Campinas no programa de prevenção à violência - projeto já desenvolvido nas regiões metropolitanas de São Paulo, Vitória, Rio de Janeiro e Recife - o general Cardoso sugeriu ao prefeito e à ONG que participem do Conselho Municipal de Combate às Drogas. "Achamos importante entrar nos programas preventivos, porque eles só apresentarão efeito a médio e longo prazos. Mas é evidente que precisamos de ações mais imediatas, com comandos unificados das polícias, delegacia especializada em combater seqüestros e blitze mais freqüentes", afirmou o prefeito, que quer ainda desarmar a população, para que os moradores da região se sintam mais seguros. Uma nova conversa vai ser marcada com o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, para levar as preocupações da região. O coordenador do programa de prevenção à violência, José Alberto Cunha Couto, explicou que a inclusão da região metropolitana de Campinas no plano, embora aceita, depende de algumas etapas. Em primeiro lugar é preciso conhecer as causas da violência para, em seguida, traçar estratégias de como levar os programas federais da área social para aquela região.