Campinas inaugura Corregedoria de Polícia

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Por Agencia Estado
Atualização:

A terceira unidade da Corregedoria da Polícia Civil no interior do Estado de São Paulo foi oficialmente inaugurada nesta terça-feira em Campinas, em dois andares de um prédio na Avenida Francisco Glicério, no Centro, cedidos pela administração municipal. O secretário de Segurança Pública Saulo Abreu disse que outras quatro unidades serão inauguradas no interior do Estado até o final do ano. A Corregedoria de Campinas terá 16 funcionários, coordenados pelo delegado-corregedor Roveraldo Battaglini. Eles vão atender 90 cidades da região. Foi instituída em julho, mas funcionava no prédio da Delegacia Seccional de Campinas. Nesta terça-feira transferiu-se para a sede própria. Processos De acordo com Abreu, a Corregedoria está acompanhando 161 processos de apuração, 43 sindicâncias, 93 inquéritos administrativos e 30 processos criminais. Ele comentou que em Campinas são demitidos em média oito policiais civis por ano, e neste ano já ocorreram três demissões. O secretário lembrou que, desde julho, quando foi criada, a Corregedoria recebeu 10 inquéritos administrativos, três sindicâncias, três procedimentos administrativos e 25 apurações preliminares da região. O trabalho da Corregedoria será facilitado com a criação da lei, que está sendo chamada de ?via rápida?, afirmou o secretário. ?Da denúncia até a punição, o tempo é de 90 dias com a nova lei. Antes levava 90 dias apenas para que um conselho autorizasse a abertura de procedimento contra o policial?, comparou. ?Longe dos holofotes? Os policiais sob suspeita permanecem suspensos por 180 dias, sem receber salário, prazo prorrogável por mais 180 dias, conforme Abreu. Outra mudança saudada pelo secretário é que a demissão passa a ser assinada diretamente por ele, e não mais pelo governador. ?Isso agiliza muito. Assinei dez demissões de policiais militares esta semana?, comentou. No discurso de inauguração, Abreu afirmou que a Corregedoria é uma instituição de ?controle absoluto? e avisou que o bom corregedor ?trabalha quieto, longe dos holofotes e da imprensa?. Isso é necessário, segundo ele, porque o órgão ?mexe com coisas caras, que são a probidade, a honra pessoal?. Críticas Abreu pediu ainda muita cautela com relação ao direito de defesa dos acusados e firmeza na apuração. Informado de que a Ouvidoria da Polícia de São Paulo recebeu 126 denúncias envolvendo policiais da região de Campinas entre janeiro e julho deste ano, enfatizou que as denúncias não foram repassadas à Corregedoria. ?Não sei o que a Ouvidoria fez com elas?, ironizou. O secretário aproveitou para fazer críticas, alertando sobre problemas como ?a favelização e a falta de espaços para o lazer?, que favorecem a violência. ?Não é uma crítica individual?, disse, dirigindo-se à prefeita Izalene Tiene (PT). Izalene, por sua vez, declarou que ?uma cidade que tenha assassinado seu prefeito ganha uma marca irreparável? e disse que a impunidade é uma das principais causas da criminalidade. A prefeita reconheceu que 27% dos imóveis de Campinas estão ilegais e irregulares. Beira-Mar Abreu descartou nesta terça-feira a transferência de Fernandinho Beira-Mar para Presidente Bernardes, em São Paulo, como já disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele comentou que está sendo estudada a construção de um novo presídio de segurança máxima em São Paulo, em local ainda não definido. O secretário disse ainda que a Secretaria solicitou uma unidade da Febem em Campinas, mas a prefeitura se recusa a negociar. ?Há mais de 100 menores de Campinas em São Paulo?, alegou. A prefeita, por meio de sua assessoria, afirmou que a acusação de Abreu não procede e que está marcada uma reunião no próximo dia 9 em Campinas com uma comissão da Febem justamente para discutir o projeto.

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