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Campus da UFRJ protesta contra reitor e polícia

Por Agencia Estado
Atualização:

Fora Vilhena. Esta era a palavra de ordem, neste domingo, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, zona norte da cidade, onde professores, estudantes e funcionários participaram de um protesto contra o reitor da instituição, José Henrique Vilhena, e em repúdio à entrada da PM na universidade. Neste domingo se realizaria a segunda prova do vestibular da UFRJ, adiado depois do confronto entre grevistas, estudantes e policiais em 28 de outubro, primeira fase do exame. O local escolhido para a manifestação foi o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), palco do tumulto. ?Trapalhão?, ?incompetente? e ?inexpressivo? foram algumas das expressões usadas pelos manifestantes para definir Vilhena, que não conta com o apoio da comunidade acadêmica desde a sua escolha para o cargo pelo ministério da Educação, em 1998, quando foi o terceiro colocado em votação realizada na UFRJ. A ?Festa da Democracia?, como foi chamado o protesto, teve música e participação de 100 pessoas, entre elas o professor Roberto Romano, candidato à reitoria da Unicamp. Três parlamentares petistas estiveram presentes: o deputado estadual Hélio Luz e os vereadores Eliomar Coelho e Paulo Eduardo. Para Romano, a situação da UFRJ é reflexo da excessiva influência do Poder Executivo sobre as universidades públicas. ?A universidade é domesticada pelo Executivo, que exerce uma influência desastrosa. O Legislativo só é procurado em situações de crise?, disse Romano, que dá aulas de Filosofia Política e Ética. ?Esse reitor é um trapalhão. Se entrasse para o programa do Didi (Renato Aragão) faria mais sucesso?, ironizou Luz. Já Coelho afirmou que ?Vilhena é despreparado para estar à frente de uma instituição do nível da UFRJ?. Aluna do Colégio de Aplicação da UFRJ e vestibulanda, Maria Kallas, de 18 anos, comemorava o adiamento do vestibular. ?Vai ser melhor. Só tivemos aulas no primeiro semestre. O triste é que o reitor só tenha adiado a prova depois de ver sangue sendo derramado.? O funcionário Jessé Mendes, de 42, mostrou os cinco pontos que levou na cabeça. No dia do tumulto, ele foi agredido por um PM armado com cassetete. ?Aquele dia foi muito importante. Estou satisfeito por estar hoje nesse ato pacífico?, disse. Um abaixo-assinado pedindo o afastamento do reitor está circulando entre os professores da UFRJ. Estudantes e funcionários também preparam os seus. De acordo com José Henrique Sanglard, presidente da Associação dos Docentes, 500 dos 3.300 professores já aderiram à causa. O documento poderá servir de suporte para ações que correm na Justiça contra Vilhena. ?Nós queremos que ele saia. O documento mostrará que a comunidade não respalda o reitor?, afirmou Sanglard. Na próxima terça-feira, uma assembléia avaliará o movimento grevista. O reitor da UFRJ não foi encontrado pela reportagem do Estado.

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