Candidatos disputam distribuição de remédio

Todas as campanhas prometem ampliar ou melhorar programa que garante medicamentos de graça para os mais pobres

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Por Lucas de Abreu Maia
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Enquanto disputam a paternidade dos medicamentos genéricos, os três principais candidatos à sucessão presidencial reforçam uma série de propostas para a distribuição de remédios à parcela mais pobre da população.Na segunda-feira, José Serra (PSDB) prometeu em seu site criar uma cesta com cerca de 80 remédios que seriam distribuídos gratuitamente pelos municípios. A candidata petista, Dilma Rousseff, já afirmou que pretende dar continuidade ao programa Farmácia Popular, do governo federal - que oferece remédios subsidiados para diabetes e hipertensão. Marina Silva (PV), por sua vez, deverá investir em tratamentos pouco ortodoxos e que não dependam de medicamentos alopáticos, como acupuntura e homeopatia.O Farmácia Popular tem, hoje, pouco menos de 13 mil unidades - na maior parte, parcerias do governo com estabelecimentos privados. No programa, o Ministério da Saúde subsidia até 90% do medicamento. Os 10% restantes são pagos pelo paciente. Tanto Serra quanto Marina prometem dar continuidade ao programa, mas o tucano critica o governo ao afirmar que a parcela mais pobre da população continua desatendida."O Farmácia Popular não é parte do SUS", opina Renilson Rehem, que contribui com o plano de governo de Serra. "A iniciativa atende bem às classes C e D, que podem pagar ao menos um pouco pelos remédios. Mas quem está abaixo disso não é atendido."Os medicamentos a ser distribuídos pela cesta ainda não foram determinados. De acordo com Rehem, serão sobretudo remédios de uso prolongado. Hoje, o SUS já fornece vários medicamentos gratuitamente, por meio do programa Farmácia Básica. "A ideia é garantir uma quantidade maior de medicamentos", diz.Para o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, responsável pelo setor no programa de governo petista, o Farmácia Popular permite acesso a medicamentos por pessoas que não usem o SUS. "É outra forma de garantir acesso para tratamento de doenças crônicas", defende. "O governo já aumentou muito o investimento na distribuição de remédios - de R$ 1,9 bilhão em 2003 para R$ 6,4 bilhões em 2009."Nas diretrizes para a saúde Dilma inclui ampliação da oferta gratuita de remédios e incentivos à venda dos genéricos. O ex-ministro admite ser necessário aumento dos recursos direcionados à área, mas não fala no retorno da CPMF: "A Dilma tem falado que isso virá como consequência do crescimento econômico."

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