
18 de agosto de 2010 | 00h00
Não foi apenas o foco nos presidenciáveis que se repetiu nas propagandas dos dois rivais. O objetivo dos marqueteiros de ambos foi o mesmo: lambuzar a TV com programas impregnados de emoção. Os artifícios são os de sempre: muita música, gente alegre, gente chorando, gestos carinhosos, animais de estimação.
A mesma disposição de emocionar o eleitor se reflete nas "nuvens" das palavras mais citadas durante os programas. "Gente", "família" e "coração" na propaganda de José Serra. "Vida", "afetivamente", "mãe/filha" no programa de Dilma Rousseff.
Na propaganda do tucano, o narrador e os jingles trataram Serra por "Zé" nada menos que 7 vezes. A tentativa de ''popularizar'' o candidato não foi muito bem sucedida. Afinal, toda vez que os "populares", no próprio programa, se referiam ao presidenciável o chamaram de "Serra", nunca de "Zé".
No bloco da petista, a caracterização de Dilma foi um pouco diferente, mas teve o mesmo objetivo de criar uma identificação da eleitora com a candidata. "Mãe", "companheira", "mulher" foram algumas das palavras associadas à presidenciável.
Nos dois lados. O presidente Lula também foi um ponto em comum das duas propagandas. Na de Dilma, como principal avalista da candidata. O presidente apareceu segurando a mão de sua protegida no lançamento da candidatura. E depois derramou-se em elogios exagerados: "(...) Acho que não tem hoje no Brasil ninguém mais preparado que a Dilma".
Na de Serra, Lula virou "Silva". O jingle final da propaganda tucana aposta no que os marqueteiros do PSDB chamam de pós-Lula. Por isso, torce: "Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá. Com Zé Serra, eu sei que anda, é o Zé que eu quero lá".
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