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Cantor contesta filho sobre morte de ex-mulher

Menino disse que pai quis matá-los, por isso mãe se atirou pela janela

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Por Redação
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O promotor Marcelo Oliveira, de Guarulhos, na Grande São Paulo, contestou ontem a versão do cantor Evandro Gomes Correia Filho, de 35 anos, sobre a morte da ex-companheira Andréia Nóbrega, de 31. Ela e o filho do casal, Lucas, de 6 anos, caíram no dia 18 de novembro do 3º andar do prédio onde moravam. O menino teve ferimentos leves. Para Oliveira, a defesa quer tirar a credibilidade das testemunhas e atribuir a culpa a Andréia. "Dificilmente alguém confessa o crime. Sabia que a defesa colocaria a culpa nela." O promotor envia hoje a denúncia em que o músico, que está foragido, é acusado de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio. Ele também pede a prisão preventiva do músico. Segundo contou o menino, o pai, após brigar com a mãe, pegou uma faca e cortou a mangueira do botijão de gás. O cantor teria partido para cima de deles. Numa tentativa desesperada de se salvar, Andréia teria jogado o menino pela janela e se atirado em seguida. Em entrevista ao jornal Diário de S.Paulo, o músico contradiz o filho, dizendo que foi Andréia quem cortou a mangueira. De acordo com Correia, ele tirou a faca da ex-companheira e tentou conter o vazamento do gás. "Fui para cima dela e disse, já alterado: ?Meu, você quer matar todo mundo!? Depois voltei para a cozinha e tirei o registro do gás. Nisso, escutei um tuntuntum. Quando entrei na sala, só vi a pontinha dos pés dela na janela do quarto." Correia disse que, naquele dia, encontrou com Andréia num shopping para entregar o dinheiro do aluguel atrasado. Os dois teriam discutido porque ela comprou blusas e queria fazer maquiagem definitiva. De lá, contou, eles foram para o apartamento onde Andréia morava com o filho. O casal teria discutido novamente. Andréia, então, foi buscar o menino na escola. Correia diz que aguardou no apartamento, mas as imagens mostram ele chegando ao local após a ex-companheira e o filho subirem. "É montagem." Depois da queda, o músico aparece indo embora sem prestar socorro. "Achei que ela tinha matado meu filho e não queria ver o corpo dele estatelado no chão. Corri para pedir ajuda." O promotor Oliveira diz que o músico foi até um lava-rápido, onde pediu para um conhecido levá-lo até o carro porque "ele estava com dois canos (armas)". A testemunha tem seu nome preservado no caso. "Ele (Correia) tinha vontade de matar. Se só quisesse ameaçar, socorreria os dois. Ele (Lucas) jamais ia inventar uma história", diz Oliveira.

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