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Capital, litoral e Grande SP vivem madrugada de ataques

Polícia acredita que ações criminosas foram em represália à prisão, na noite de terça-feira, de Emivaldo Silva Santos, um dos chefões do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma onda de ataques a agências bancárias, supermercados, delegacias e bases da PM e Guarda Metropolitana foi registrada na madrugada desta quarta-feira na capital, Grande São Paulo e no litoral paulista. Cinco ônibus foram incendiados e um PM foi morto. A polícia acredita que os ataques estejam relacionados à prisão de Emivaldo Silva Santos, conhecido por BH, 30 anos, ocorrida na noite de terça-feira em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. BH era considerado pela Polícia Civil a última "torre externa" do Primeiro Comando da Capital (PCC), que age com quatro "torres internas" dentro dos presídios. As "torres externas" agiam no interior paulista, em cerca de 200 municípios, na Baixada Santista e também no Grande ABC. Litoral Dois vigilantes da GP, empresa terceirizada que presta serviços de segurança na cidade de Guarujá, no litoral, foram atacados entre zero hora e 0h30 desta quarta-feira. Um deles, identificado como Éverson de Souza Silva, foi morto, baleado com vários tiros em frente a uma escola no bairro de Morrinhos. O outro, identificado apenas como Geílton, foi baleado por um grupo de jovens que estavam em bicicletas, na porta do Instituto Médico Legal (IML). Ele foi levado em estado grave para o Hospital Santo Amaro. Por volta das 21h30 da terça-feira, em São Vicente, o filho de um carcereiro foi baleado por desconhecidos e encaminhado ao pronto-socorro do Centro de Referência em Emergência e Internação (Crei). No centro de Santos, uma agência bancária do Bradesco foi alvo de incendiários. Capital A fachada de uma loja do Pão de Açúcar na região da Consolação, centro da capital paulista, foi atingida, por volta das 2h15 desta madrugada, por vários tiros disparados por dois homens que teriam fugido a pé, de acordo com informações policiais. Incendiários também atacaram, por volta das 2h30, o galpão de uma loja do supermercado Comprebem, região da Bela Vista, no centro da cidade. Nos vidros de ambos os supermercados os criminosos fixaram cartazes com os dizeres "Contra a opressão carcerária". Outros ataques foram registrados contra agências bancárias. Uma agência do Banco Itaú, na altura do nº 6.400 da Avenida Santo Amaro, em Santo Amaro, na zona sul da capital, e outra, do Bradesco, localizada na Rua Tabatinguera, na Sé, no centro, foram alvos de incendiários. Uma agência bancária do Itaú, na altura do nº 2.966 da Rua da Mooca, e uma loja de carros, na altura do nº 418 da Rua Tobias Barreto, na região da Mooca, também foram parcialmente destruídas por coquetéis molotov. Um suspeito, que portava material usado na fabricação de coquetéis molotov, foi detido minutos depois pela Polícia Militar, na região da Sé. Dois policiais militares, um da Força Tática, Odair José Lorenzi, 29 anos, e outro da 2ª Companhia do 18º Batalhão, foram atacados, por volta da 0h30, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. De acordo com a polícia, Lorenzi foi chamado por uma mulher e ao atender, acabou metralhado por desconhecidos, morrendo a caminho do pronto-socorro. A irmã do policial, Rita de Cássia Lorenzi, 39 anos, ao ouvir os tiros, abriu a janela e foi baleada na testa e também morreu. O outro policial, da 2ª Companhia, foi baleado quando se aproximava da casa do colega morto. O policial, atingido nas pernas e no peito, foi levado para o pronto-socorro. Bases da Polícia Militar e da Guarda Municipal na capital paulista também foram atacadas. Uma das bases da PM pertence à 2ª Companhia do 13º Batalhão e fica em Santa Cecília, região central. A outra, do 16º Batalhão, fica em Paraisópolis, região do Morumbi, na zona sul. Suzano e Santa Isabel Um grupo armado ocupando quatro carros atacou, também nesta madrugada, duas bases da Guarda Municipal no extremo leste da capital paulista. Os ataques ocorreram entre as 2 horas e 3 horas. Uma das bases, localizada na altura do nº 1.331 da Avenida dos Têxteis, em Cidade Tiradentes, é uma das sedes do Comando Leste da corporação. Ninguém ficou ferido. O mesmo grupo seguiu em direção à outra base na Praça Getúlio Vargas, na esquina da rua Cosme Deodato Tadeu, em Guaianazes, e disparou mais de 20 tiros, mas também não houve feridos. Segundo a Guarda Municipal, na mesma área foram roubados cinco táxis, que podem ser usados em novos ataques. Por volta das 3 horas, a sede da 2º Distrito Policial de Suzano, na Grande São Paulo, localizada na Avenida Francisco Marengo, bairro Miguel Badra, foi metralhada. Aproximadamente 15 tiros atingiram as paredes da delegacia. O local não funciona no período noturno e não há informações sobre a autoria do atentado. Também por volta das 3 horas, a Delegacia de Santa Isabel, na Região Metropolitana de São Paulo, foi atacada por pelo menos seis pessoas que ocupavam três motos e um Santana branco. A delegacia, localizada na Praça dos Expedicionários, no centro, estava fechada. Não houve feridos. Minutos antes, o grupo havia investido contra uma loja de carros, localizada na Av. Sebastião Claudiano, nas proximidades da delegacia. O objetivo, segundo a polícia, era atrair a PM até o estabelecimento e abrir caminho para o ataque à delegacia. No período das 3h30 às 5 horas, cinco ônibus foram incendiados, sendo três na região de Pirituba, na zona oeste da capital, um em Mauá e outro em Santo André, no Grande ABC. Em Pirituba, dois dos coletivos incendiados estavam no ponto final. Um na altura do nº 55 da Rua Professor José Lourenço, em Vila Zatt, e outro na altura do nº 5.800 da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães. Não há informações sobre feridos até o momento. Texto atualizado às 06h20

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