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Carcereiros são acusados de extorquir visitas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público investiga acusação de extorsão que seria praticada por carcereiros de distritos policiais e cadeias públicas, no litoral paulista e em São Paulo, contra parentes de detentos. Para permitir a visita aos presos, os carcereiros estariam exigindo de mulheres, tios, pais e namoradas de R$ 10,00 a R$ 100,00. Alguns aceitavam, inclusive, tíquetes-refeição. "Os carcereiros dizem que existe um lema: com dinheiro entra, sem dinheiro não entra. Mas é preciso acabar com isso", disse o promotor Walfredo Cunha Campos, de Praia Grande. Nos últimos três meses o promotor investigou denúncias de nove mulheres e dois homens. Ele constatou que três carcereiros, da Cadeia de Vila Tupi, em Praia Grande, exigiam dinheiro. "Eles chegaram ao exagero de criar uma carteirinha de visita para aperfeiçoar a extorsão", disse Campos. Em sua denúncia ao juiz do Fórum Criminal de Praia Grande, por crime de corrupção passiva, ele acusou os carcereiros Marília Lins Santana, Eduardo Silva Filho e Edilson Pereira Batista. No começo do ano, 11 parentes de presos, cansados de pagar indevidamente, procuraram o promotor. A dona de casa Rosângela Nunes Rocha foi obrigada a pagar quantias que variaram de R$ 10,00 a R$ 45,00 para visitar o filho. Entregou também tíquetes-refeição. Segundo os denunciantes, quando os parentes, mesmo cadastrados na lista de visitantes, alegavam não dispor das quantias exigidas, os funcionários parcelavam os pagamentos. "Eles exigiam no mínimo R$ 10,00, mas os pais deveriam pagar pelo menos R$ 15,00 cada um", contou o promotor. Os carcereiros foram denunciados com base no artigo 317 do Código Penal (corrupção passiva). Pelo número de vítimas, podem ser condenados a até 10 anos de prisão.

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