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Carioca esgota estoque de repelente com medo da dengue

Por Agencia Estado
Atualização:

O medo de ser picado pelo mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, está levando o carioca a comprar todo o estoque de repelentes nas farmácias. Na região metropolitana e na Baixada Fluminense, onde a epidemia de dengue é mais grave, a demanda pelo produto aumentou em até 150%. O complexo B também está sendo bastante vendido ? embora a eficácia do medicamento para espantar o mosquito não seja comprovada cientificamente. Segundo o gerente da Bayer, que fabrica o repelente Autan, Humberto De Biase, a procura pelo produto costuma crescer todo ano durante a época de chuvas ? quando o transmissor se prolifera ?, mas, em 2002, as vendas foram excepcionais. ?As pessoas têm medo de contrair a doença e sabem que o repelente é um meio eficaz de se livrar do mosquito?, disse. Além do Rio, a região centro-oeste também experimentou crescimento no consumo de repelentes. Em algumas regiões, segundo De Biase, o número de pedidos de Autan foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. A Bayer tem feito propaganda do Autan com folhetos explicativos recomendando o uso do produto para evitar a dengue. Os donos de drogarias reclamam da falta dos repelentes mais procurados pelos consumidores. ?Estamos sem Autan, Off e o produto para bebês da Johnson. Os distribuidores não cumprem os prazos e dizem que não há qualquer previsão de quando farão as entregas. O complexo B também sumiu das prateleiras?, disse Rívica Albuquerque, subgerente da Farmalife. ?Esta semana, um cliente levou sete frascos, para toda a família.? Na maior parte das farmácias, o estoque de repelentes está no fim e a reposição é aguardada com ansiedade pelos lojistas. O gerente da Drogaria México, Francisco Chagas, disse que o atraso na entrega dos repelentes tem sido de uma semana. ?O repelente tem sido dos itens mais procurados, principalmente para quem vai para regiões de praia. Queremos vender?, disse. O chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do hospital da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), Paulo Feijó, acredita que o uso de repelente não é suficiente para evitar a dengue. ?Até funciona, mas em lugares muito quentes, o líquido escorre com o suor e não adianta mais nada?, afirmou o médico. Ele não recomenda o uso de complexo B. ?Isso é uma crença popular, não existe nada que demonstre que o remédio afaste os mosquitos.? Já o professor de infectologia da UFRJ, Edimilson Migowski, acredita na vitamina. Segundo ele, quando ingerida em grande quantidade, a vitamina que não é absorvida pelo organismo é expelida pela pele. O cheiro exalado teria o poder de afastar qualquer mosquito. ?Acho que qualquer pessoa que quer diminuir o risco de ser contaminada deve tomar a vitamina. Essa é uma indicação já feita há muito tempo para quem viaja para regiões onde existem muitos mosquitos.? Migowski diz que, de forma geral, duas cápsulas de complexo B já seriam suficientes para se prevenir contra o Aedes Aegypti.

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