Carla nega mais uma vez envolvimento na morte de Ubiratan

A ex-namorada do coronel Ubiratan Guiamarães, morto com um tiro no dia 9 de setembro, presta depoimento pela quarta vez nesta segunda-feira, 25

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Por Agencia Estado
Atualização:

A advogada Carla Cepollina, de 40 anos, apontada pela polícia como a principal suspeita pela morte do namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, assassinado com um tiro no último dia 9, em seu apartamento, em São Paulo presta depoimento pela quarta vez no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na região central de São Paulo, desde as 11h40 desta segunda-feira, 25. Na primeira parte do depoimento Carla voltou a negar a participação no crime, como já havia feito nos depoimentos anteriores - um informal e dois formais -, de acordo com o promotor que acompanha o caso, Luiz Fernando Vaggione. Segundo Vaggione, até às 13h30, Carla se mantinha tranqüila e estava acompanha da mãe, a também advogada Liliana Prinzivalli, e do advogado criminalista Antonio Carlos de Carvalho Pinto, que assumiu o caso. Após o depoimento, previsto para terminar por volta das 17 horas, Carla deverá ser indiciada (acusada formalmente) por homicídio doloso duplamente qualificado (assassinato cometido por motivo fútil e sem oferecer chance de defesa à vítima). De acordo com Vaggione, a prisão da advogada ainda não é necessária. De acordo com a reportagem da Rádio Eldorado AM, o promotor declarou ainda que o principal objetivo do depoimento desta segunda-feira é comparar as declarações anteriores de Carla aos resultados obtidos pela perícia. Liliana, mãe de Carla, também entregou uma pasta com vários documentos, cujo teor não foi detalhado por Vaggione. O advogado Vicente Cascione, que representa a família de Ubiratan, comentou no local que o fato de Carla não assumir o crime deve contribuir para que a situação dela se complique ainda mais. "O indiciamento dela já deveria ter sido feito na semana passada", afirmou Cascione. Indícios O DHPP chegou a encontrar indícios contra Carla ao confrontar as ligações feitas e recebidas pelo telefone fixo do coronel Ubiratan. Segundo o DHPP, a última ligação para ele foi feita às 20h26 do dia 9 por uma amiga, a delegada da Polícia Federal Renata Azevedo dos Santos Madi. Policiais do DHPP apuraram que Carla ainda estava no apartamento do coronel e atendeu à ligação. Para o DHPP, naquele horário Ubiratan já tinha sido assassinado, porque moradores do prédio declararam à polícia que ouviram o tiro que o matou entre 19 horas e 19h30. Um teste acústico realizado no sábado à noite no prédio onde o coronel morava, na Rua José Maria Lisboa, constatou que o tiro poderia ser ouvido por vizinhos, o que aconteceu de acordo com depoimentos de alguns moradores. Para o deputado federal Vicente Cascione, advogado dos filhos de Ubiratan, Carla é a única suspeita pelo assassinato do coronel: ?Desde o início venho dizendo que ela é 100% suspeita?, afirmou o parlamentar, que acompanhou o teste da perícia feito no sábado. Inocência Neste domingo, 24, Carla, que nega a autoria do crime com a alegação de que não teria motivos para matar o namorado, voltou a se defender das acusações e declarou que é inocente em entrevista concedida ao Fantástico, na TV Globo deste domingo, 24. "Você não mata uma pessoa que você gosta, que você se dá bem, que você tem um relacionamento sólido. A duas semanas da eleição com a eleição ganha, com planos para o futuro", declarou. "Eu gostava de ficar com ele". Ela afirma que, quando deixou o apartamento do namorado Ubiratan, ele estava vivo e dormindo, na noite do dia 9. "A polícia está naturalmente sendo pressionada e tem que achar um culpado e a impressão que eu tenho é que para a imprensa e para algumas pessoas da polícia esse é o pato da vez", declarou. "Eu tenho que justificar o que eu não fiz. Eles não têm que provar que eu sou culpada. Eu que tenho que provar que sou inocente, está tudo invertido".

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