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Carnaval de Jesus, com padre Marcelo, reúne 50 mil em SP

Por Agencia Estado
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Para 50 mil paulistanos, o Carnaval 2006 foi um feriado católico. Em todos os sentidos. Nesta segunda, na 8ª edição do Carnaval de Jesus - misto de festa e missa ao ar livre conduzida pelo Padre Marcelo Rossi -, o público cantou músicas cristãs em ritmo de marchinhas carnavalescas, rezou, pediu e agradeceu a Deus. "É a preparação para a quaresma com a alegria da oração, que a bebida alcoólica traz apenas momentaneamente", definiu o padre. Os milhares de fiéis que participaram da festa com lenços verdes e amarelos nas mãos assistiram à missa da Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, na altura do número 20.000 da Marginal Pinheiros, na Zona Sul da Capital. Um caminhão de som estacionado na via serviu de altar ao padre Marcelo e ao bispo dom Fernando, além da banda do Santuário do Terço Bizantino, que deu o tom à celebração. Depois da missa, todo o público - tão fiel a Deus quanto ao evento - acompanhou o altar móvel pela avenida. De repente, os fiéis se transformaram em foliões (com spray de espuma e tudo o mais a que tinham direito) perseguindo um bloco carnavalesco. Este foi o 5º Carnaval de Jesus de Juliana Freitas de Oliveira, de 7 anos. Apesar de "gostar muito do Padre Marcelo", a menina, filha de baiana, disse preferir o Carnaval da Bahia, que conheceu em 2004. "Lá é mais animado." Já o primo dela, Vinícius Santos Sampaio, 7 anos, pareceu não gostar tanto da folia do nordeste. "Eu prefiro aqui porque tem o padre Marcelo. Na Bahia não tem. Ele é muito simpático." Além de transformar um pedaço da Capital em "casa de Deus", para muitos fiéis o evento é uma espécie de ponto de encontro. Em meio às 50 mil pessoas que estavam na Avenida Eusébio Stevaux, a dona de casa Tânia Maria de Oliveira, 45 anos, conseguiu encontrar a comerciante Alessandra Aparecida Vieira, 33, amigas de outros "carnavais de Jesus". "Eu que vi a Tânia. E ainda a reconheci na hora. Ela não mudou nada", contou Alessandra. As duas se conheceram em 2002. "Eu me afastei porque comecei a participar de outras comunidades católicas. Como fiquei em São Paulo nesse feriado quis vir", explicou a comerciante. Já Tânia não deixou de ir a nenhum Carnaval do padre Marcelo nesses quatro anos. "Esse povo todo, a alegria e a fé contagiam a gente." Ex-motoqueiro, Roberto de Souza, 29 anos, freqüenta o santuário do padre, na mesma região, todos os domingos e disse que foi ao Carnaval de Jesus para agradecer a Deus. "Em 1999, sofri um acidente de moto e fiquei 27 dias em coma. Foi um grande milagre", definiu. Na região, além do engarrafamento de carros, houve congestionamento de camelôs. Vendia-se desde santinho de papel até imagens de gesso a R$ 5. No fim da celebração, foram necessários 80 voluntários para distribuir as hóstias.

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