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Carnaval: número de mortes subiu 15% nas rodovias federais

Polícia credita o crescimento de ocorrências ao aumento do fluxo de veículos

Por Agencia Estado
Atualização:

O carnaval deste ano foi bem mais violento nas estradas federais do que o de 2006. Balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado nesta quinta-feira, 22, mostra que houve crescimento substancial nos índices de acidentes e de mortos e feridos. A PRF credita o crescimento do número de ocorrências ao aumento do fluxo de veículos nas rodovias. Já nas rodovias paulistas, houve diminuição no número de mortos, passando de 54 mortos em 2006 para 42 neste ano. De zero hora da sexta-feira, 16, à meia-noite de quarta, 21, foram registrados 2.417 acidentes nas estradas federais, número 8,09% superior aos 2.236 acidentes verificados no carnaval do ano passado. As mortes das rodovias tiveram um aumento ainda maior, de 15,08%, passando de 126 para 145. Já a quantidade de feridos subiu 13,36%, de 1.400 em 2006 para 1.587 neste ano. Segundo a corporação, o fluxo nos principais corredores rodoviários do País no carnaval deste ano foi entre 10% e 15% superior ao do ano passado. Nos principais terminais rodoviários do País, como os de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o movimento aumentou em cerca de 5%. A PRF avalia que o aumento no tráfego foi causado por diversos fatores, e um deles foi a crise nos aeroportos. Além disso, as condições climáticas favoráveis e as melhorias na malha rodoviária federal teriam encorajado mais pessoas a viajar pelas estradas. A corporação destaca, por exemplo, que no Sul e Sudeste do País choveu menos nesse carnaval, o que estimulou o fluxo de turistas para cidades do litoral. Maior número de acidentes Santa Catarina foi o Estado que registrou mais acidentes no carnaval deste ano: 344, número 6,17% superior às 324 ocorrências de 2006. Apesar de ter reduzido o número de acidentes em 16,55%, Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 343 ocorrências. O Rio de Janeiro aparece em seguida, com 227 acidentes (crescimento de 6,57% ante o carnaval de 2006). São Paulo ficou em quarto, com 196 acidentes registrados neste ano, número 18,79% superior aos 165 casos verificados no ano passado. No Rio Grande do Sul, houve 170 acidentes neste carnaval, o que representa uma alta de 1,19% em relação ao ano passado. Minas foi o Estado em que mais ocorreram mortes nas estradas neste carnaval, com 24 casos (contra 22 mortes registradas no ano passado). Em Santa Catarina, morreram 23 pessoas, com aumento de 15% ante as 20 ocorrências registradas em 2006. A Bahia aparece em terceiro lugar, com 11 mortes, ante cinco mortes ocorridas no carnaval do ano passado. No Rio Grande do Norte, a PRF computou dez mortes, neste Carnaval, contra cinco no ano passado. Em São Paulo o número de mortes também dobrou, passando de cinco para dez. Estatísticas preocupantes A PRF destaca que Estados que não costumam apresentar números expressivos de mortes nas estradas tiveram estatísticas preocupantes neste Carnaval. Nas rodovias federais do Maranhão, por exemplo, o número de mortes cresceu 700% em relação a 2006, chegando a oito casos de mortes neste carnaval. No Piauí, o total de mortes aumentou em 250%, de duas ocorrências em 2006 para sete casos neste ano. O Estado em que mais pessoas ficaram feridas nos acidentes foi Minas Gerais. Ao todo, 311 pessoas se feriram nas vias federais que cruzam Minas, número que representa uma alta de 15,19% em relação ao carnaval do ano passado. Em Santa Catarina, 199 pessoas se feriram - um aumento de 43,17% em relação aos 139 feridos de 2006. Em São Paulo, 126 pessoas se feriram, o que representa um aumento de 75% em relação aos 72 casos de 2006. Durante a "Operação Carnaval", a PRF fiscalizou 189.238 veículos, 10,47% a mais do que em 2006. Foram realizadas 48.144 autuações neste ano, superando em 39,23% o número registrado no carnaval de 2006. Rodovias paulistas Quarenta e duas pessoas morreram neste carnaval em acidentes de trânsito nas rodovias paulistas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o índice caiu - o mesmo feriado em 2006 teve 54 mortes. "Não estamos contentes. Queremos reduzir mais o número de vítimas fatais", disse o tenente Capelari, da Polícia Rodoviária Estadual, órgão responsável pelo balanço. De zero hora de sexta-feira, quando começou o movimento nas estradas, até a meia-noite de quarta, foram registrados 1.384 acidentes, 8,5% a mais que no ano passado. Enquanto no ano passado 778 pessoas ficaram feridas, este ano o número subiu para 933, o que representa uma elevação de 19,9%. Ocorrências policiais A Secretaria de Segurança Pública também divulgou na quarta o número de ocorrências policiais registradas durante o carnaval. Com exceção dos furtos de veículos, que cresceram 8,44% comparado ao mesmo período do ano passado - passando de 237 notificações em 2006 para 257 nos seis dias do último feriado -, houve queda em todos os outros índices de criminalidade. De acordo com o balanço, foram 57 homicídios computados no Estado, entre a noite de sexta-feira e a manhã da Quarta-Feira de Cinzas, frente a 81 casos no ano passado, uma redução de 29%. As tentativas de homicídio caíram 30% (de 103 em 2006 para 72 este ano) e o roubo de carros ficou estável, mantendo a marca dos 280 registros policiais. Na capital paulista, o total de crimes caiu 3,4% - passando de 5.315 para 5.129 neste ano. Para o secretário Ronaldo Marzagão, a melhora nos índices dos crimes "é reflexo do bom trabalho efetuado pela polícia". Por dia, 50 mil homens das polícias Civil e Militar estiveram nas ruas. Tráfego intenso Mais veículos trafegaram no sistema Anchieta-Imigrantes neste feriado prolongado de Carnaval. Segundo balanço da Ecovias, responsável pelo sistema, divulgado na quarta-feira, 21, 514 mil carros passaram pelos pedágios das vias rumo à Baixada Santista, litoral de São Paulo, entre quinta-feira, 15, e terça-feira, 20. O índice foi 3,6% superior ao movimento do ano passado, quando foram contabilizados 496 mil veículos. No balanço, a empresa informou que foram registrados 364 acidentes nesse feriado, sendo 215 deles sem vítima, e 149 com. Ao todo, 246 pessoas ficaram feridas. Destas, 226 foram removidas com ferimentos leves, e 19, em estado grave. Uma pessoa morreu. A Ecovias revelou que o número de circulação deste ano foi o maior desde que a empresa assumiu a concessão, há nove anos. Ainda de acordo com a concessionária, das 16 às 17 horas do sábado, 18, houve recorde no índice de tráfego de carros por hora: 10.112. Nos seis dias de feriado, a concessionária realizou 2.098 socorros mecânicos, 282 atendimentos médicos e 1.937 atendimentos com a utilização de guinchos. Colaboraram: Fernanda Aranda, Fabiana Marchezi e Elvis Pereira Matéria ampliada às 16h12

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