Cartum de brasileiro sobre Holocausto leva 2º lugar no Irã

Cartunista é conhecido por realizar trabalhos polêmicos ligados à guerra

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Por Agencia Estado
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Um brasileiro ficou em segundo lugar num concurso de cartuns sobre o Holocausto que foi promovido pelo governo do Irã e que recebeu condenação internacional, incluindo do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. Carlos Latuff dividirá o prêmio de US$ 8 mil (cerca de R$ 17 mil) com o francês A. Chard. O desenho do brasileiro retrata um palestino chorando diante do muro erguido por Israel, usando um uniforme de prisioneiros dos campos de concentração nazistas. Mas ao invés de vez da estrela de David no peito, o palestino aparece com o Crescente Vermelho. O primeiro prêmio ficou com o marroquino Abdollah Derkaoui, que receberá US$ 12 mil. O cartum vencedor mostra um guindaste israelense instalando enormes blocos de cimento no muro de Israel. Os blocos vão gradualmente ocultando a visão da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. Uma figura do campo de concentração nazista de Auschwitz aparece no muro. A mesquita é o terceiro local mais sagrado para os islâmicos. O concurso foi criado como uma resposta aos cartuns dinamarqueses sobre o profeta Maomé que causou a ira do mundo muçulmano no início deste ano. O curador do salão, Masoud Shojai, disse que o evento será anual. "Na verdade, continuaremos (com o concurso) até a destruição de Israel", afirmou. O trabalho de Latuff é conhecido mundialmente por realizar protestos contra a guerra e a violência, inclusive criticando a violência policial no Rio de Janeiro, não importando o lado criticado em seus cartuns.

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