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Casa do prefeito de Sandovalina (SP) é atingida por tiros

Por Agencia Estado
Atualização:

A casa do prefeito de Sandovalina, Divaldo Pereira de Oliveira (PMDB), foi atingida por vários tiros na madrugada de hoje. Ele acusa os integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que, na tarde de sábado, invadiram a Fazenda Santa Fé, localizada a 3 quilômetros da área urbana. Logo após a invasão, o prefeito e o secretário de obras da prefeitura, Antonio Balbino, foram agredidos pelos invasores quando abriam um aceiro para controlar o fogo ateado nas pastagens. Oliveira disse que a cidade está sitiada pelos integrantes do MST. No acampamento estão cerca de 1.500 sem-terra. Ele pediu proteção à polícia. O comando regional da Polícia Militar mantinha 25 soldados patrulhando a cidade a pedido do prefeito. "Estão dizendo que essa noite eles vão invadir a prefeitura, mas se ferirem um funcionário ou alguém da minha família, podem preparar os caixões para eles e para mim", ameaçou. Oliveira decidiu mandar a mulher e os filhos para a casa de parentes em outra cidade. Ele disse que a filha de 11 anos passou mal em razão dos tiros disparados contra a casa. As balas perfuraram as paredes. Os autores dos disparos não foram identificados. O coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro, disse que o próprio prefeito pode ter "armado" o ataque à sua casa para culpar os sem-terra. "Ele foi reconhecido entre os encapuzados que atacaram o acampamento do nosso pessoal ontem". Na ação, foram disparados mais de 100 tiros. As balas perfuraram a lona e atingiram vasilhames, mas não feriram ninguém. O prefeito negou participação. "Todos sabem que eu saí do hospital de manhã e passei o dia na cama." Ao ser agredido no sábado, Oliveira recebeu um golpe com o lado da foice nas costas. Ele reconheceu um sem-terra morador de Sandovalina entre os agressores. Amanhã ele vai ao Instituto Médico Legal, em Presidente Prudente, para o exame de corpo de delito. O clima voltou a ficar tenso hoje na Fazenda Santa Fé. Homens encapuzados teriam sido vistos rondando o acampamento do MST. Os sem-terra ameaçaram bloquear a rodovia que liga Sandovalina a Teodoro Sampaio. Eles protestavam contra a soltura de funcionários da fazenda, presos no dia anterior na sede da propriedade, onde foram apreendidas duas espingardas de calibre 12. O promotor público de Pirapozinho, Marcos Aquira, foi ao local na tentativa de evitar conflito. Gilmar Mauro também viajou para Sandovalina. Ele negou a agressão dos sem-terra ao prefeito. "Só se ele apanhou da mulher", provocou. Mauro pediu à PM para vigiar a prefeitura durante a noite. "Nosso pessoal não vai fazer nada, mas alguém pode fazer para culpar o MST." O presidente da União Democrática Ruralista (UDR) no Pontal, Luís Antonio Naban Garcia, culpou lideranças do PT pela volta dos conflitos à região. Segundo ele, os petistas, entre eles o deputado Luis Eduardo Greenhalgh, incentivaram a invasão da Santa Fé durante comício realizado sábado em Sandovalina. Ele disse que o PT continua dando suporte político ao MST, apesar do candidato do partido à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrar que há um distanciamento. "O Lula finge quando faz de conta que as invasões do MST não têm nada a ver com seu partido." Gilmar Mauro negou a ligação. "A culpa é do governo estadual que tem R$ 29 milhões para assentar as famílias e corre o risco de perder o dinheiro." Rainha Os advogados Luiz Eduardo Greenhalgh e Hamilton Belotto Henriques protocolaram hoje no Fórum de Teodoro Sampaio um pedido de revogação da prisão preventiva do líder do MST no Pontal, José Rainha Júnior, recolhido desde o dia 5 na cadeia pública de Presidente Wenceslau. Rainha é acusado de formação de quadrilha por ter impedido o assentamento de famílias do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) na região. O advogado juntou documento assinado por integrantes do Mast isentando Rainha de culpa. O juiz Átis de Araujo Oliveira deve decidir amanhã sobre o pedido.

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