Casal assassinado decidira mandar filha para Alemanha

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Por Agencia Estado
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A decisão de mandar a filha estudar na Alemanha pode ter antecipado o plano de execução do engenheiro Manfred Albert von Richthofen e de sua mulher, a psiquiatra Marísia, que vinha sendo discutido havia pelo menos dois meses pela garota, o namorado e o irmão dele. O casal pretendia mandar Suzane Louise para a Europa assim que ela terminasse os exames de fim de ano na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Ele e a mulher eram contrários ao namoro de Suzane com Daniel Cravinhos de Paula, e tinham avisado a filha que, por não concordar em deixar o namorado, continuaria os estudos fora do País. Acreditavam que a viagem da moça era a única maneira de separá-la de Daniel, que vivia desempregado e a estava desencaminhando. A revelação sobre a intenção do engenheiro e da mulher de mandar a garota para a Europa por causa do namorado foi feita à polícia por Valter Nimir, amigo de Richthofen. Professor do curso de pós-graduação na Faculdade de Engenharia de São Carlos, Nimir conversou com os policiais do 27º DP, do Campo Belo, que prenderam Christian Cravinhos de Paula e o apresentaram na noite desta quinta-feira ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os policiais do Campo Belo, que também estavam investigando o assassinato do casal, foram a São Carlos, município no interior do Estado, na terça-feira. Eles souberam que Richthofen dera uma palestra no dia 21 de outubro para os alunos da Faculdade de Engenharia e que teria se queixado com amigos que trabalharam com ele na Dersa, na casa de Nimir. Segundo o delegado Enjolras Relo de Araújo, do 27º DP, Nimir disse que o engenheiro era brilhante e que foi aplaudido de pé ao terminar sua palestra. Naquele dia, Nimir o convidou para jantar em sua casa. Como estava tarde, aconselhou-o a ficar na cidade e voltar para a capital somente no dia seguinte. O engenheiro dormiu na residência do amigo. Durante o jantar, Richthofen falou do trabalho que desenvolvia na Dersa, onde era o diretor de Engenharia, e principalmente sobre os problemas que ele e a mulher enfrentavam por causa de Suzane. Segundo Araújo, Nimir contou a outros amigos que o engenheiro não concordava com o namoro dela. Queixou-se de que o rapaz tinha transformado a vida de sua filha e que estava difícil controlar a garota. Richthofen disse também para o amigo que Suzane não o obedecia. Por isso, ele e a mulher tinham decidido pela viagem para a Alemanha, onde tinham familiares. Ela continuaria o curso de direito naquele país. Nimir esteve no enterro do amigo e da mulher e não se convenceu da versão apresentada por Suzane, que disse ter encontrado a casa com as portas abertas e a câmera de vídeo desligada. Durante o velório e o enterro, disse que "sentiu" Suzane "muito distante e fria." Ainda durante a conversa, o engenheiro disse ao amigo professor que, nas discussões em casa com a filha, ela alegava estar apaixonada pelo namorado e que não pretendia abandoná-lo. "O engenheiro contou ao professor que estava desesperado com a situação e muito preocupado", informou o delegado do 27º DP. Richthofen falou também do esquema de segurança que tinha montado para sua casa. Mostrou ao amigo a chave mestra da residência, que carregava no bolso. Ele teria dito que a casa era segura e que não havia como fazer cópia das chaves. Acompanhe toda a história nos links abaixo. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal» A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato»Assassinos do casal têm prisão provisória decretada» Polícia encontra material furtado da mansão do casal

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