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Casal confessa que raptou mais de 30 crianças no RS

Menores eram levador para SP e Minas e encaminhados para prostituição

Por Agencia Estado
Atualização:

O casal Adão Ribeiro Ruodd, 34 anos, e Sandra Campos, 28 anos, confessou neste sábado que aliciou ou raptou mais de 30 crianças no Rio Grande do Sul nos últimos anos. Segundo o chefe de investigações da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí, inspetor Adilson Silva, que tomou o depoimento, os menores eram levados para o interior de São Paulo e Minas Gerais e de lá encaminhados à prostituição no Nordeste ou vendidos para casais europeus. Com as informações, os policiais acreditam que estão por desvendar uma rede de tráfico de pessoas com ramificações em todo o País. A prisão preventiva de mais quatro pessoas, duas no Rio Grande do Sul e duas em Minas Gerais, será pedida à Justiça nos próximos dias. A polícia gaúcha chegou ao casal ao investigar o desaparecimento de uma garota de 12 anos, ocorrido em 10 de fevereiro, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. A busca de informações em outros Estados levou os investigadores a descobrirem que a menina estava sob os cuidados do Conselho Tutelar de Delta (MG), depois de ter sido localizada pela polícia mineira, que prendeu Ruodd e Sandra. Nesta semana, uma equipe de policiais gaúchos viajou ao Triângulo Mineiro para buscar o casal preso e a criança raptada, que foi entregue à mãe na tarde de sexta-feira. Ruodd e Sandra contaram que recebiam R$ 600 a cada "serviço" de transporte de menores do Sul, disseram que não conhecem os líderes do bando, com quem falavam por telefone, revelaram que a rede tem tentáculos em diversos Estados do País, e pediram proteção policial. Segundo o inspetor Silva, o caso só foi descoberto agora porque não havia ocorrências registradas na polícia. A maioria dos pais, muito pobre, entregava seus filhos aos aliciadores mediante o pagamento de R$ 400 e a promessa de remessas mensais do mesmo valor e de que as crianças seriam encaminhadas à carreira de modelos. "Ao perceberem que o pagamento não vinha, eles não faziam a denúncia tanto por constrangimento quanto por perceberem que haviam participado de um crime", comenta o policial. Em alguns casos, a quadrilha trocava o aliciamento pelo rapto.

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