Casal japonês vendia explosivos e munição

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Por Agencia Estado
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Na lojinha do casal Takuro Kawamoto, de 64 anos, e Toshiko Kawamoto, de 61 anos, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, as pessoas podiam comprar carrinhos de plástico, bacias, chaves de fenda e todo tipo de cacareco por apenas R$ 1,99. Mas também era possível comprar explosivos e munição de diversos calibres. Na manhã desta sexta-feira, o casal foi preso em flagrante por manter e comercializar farto material explosivo. "Só vende produto. Tudo legal, né?", limitaram-se a dizer os acusados à polícia. Velhinhos japoneses A suspeita sobre o casal surgiu há cerca de um mês, quando os policiais da Delegacia de Santana de Parnaíba prenderam um acusado de homicídio. Segundo o delegado titular do distrito, Luiz Roberto Faria Hellmeister, o preso afirmou que comprara a munição numa loja de R$ 1,99 de uns "velhinhos japoneses", no bairro Cidade de São Pedro - que fica na divisa com o município de Cajamar. "Nós iniciamos a apuração, mas tivemos cuidado por causa da idade deles e também porque a informação podia ser falsa", explicou o delegado. "Inicialmente, não acreditávamos que um casal de idosos, ainda orientais, que costumam ser tão corretos, estivesse vendendo munição para criminosos", completou. Movimento estranho Durante as investigações, os policiais de Santana de Parnaíba começaram a estranhar o movimento na loja, considerado suspeito. Na manhã desta sexta, os policiais invadiram o local enquanto uma pessoa tentava comprar munição. "Foi logo cedo. Na hora que malandro pensa que a polícia está dormindo", disse Hellmeister. No local, foram apreendidos 2.644 estojos de munição para diversos calibres (pistolas, revólveres e espingardas), 24 mil unidades de chumbinho, 2,5 quilos de pólvora química, 3,7 quilos de pólvora negra, cerca de 20 quilos de chumbo para munição, 6,9 mil espoletas e um revólver calibre 22. O volume do material apreendido fez com que a polícia tivesse certeza de que, além de vender a munição, o casal ainda recarregava cápsulas. A venda das cápsulas também podia ser feita por unidade. Panetone Durante a tarde desta sexta, na elaboração do flagrante, os policiais receberam ainda uma informação de que um grande volume de dinheiro estaria escondido na loja - o casal morava no mesmo local. "Havia a suspeita de que eles vendiam armas também", disse o delegado. Dentro de uma lata de panetone, os investigadores encontraram R$ 30 mil em dinheiro. Mas os advogados do casal apresentaram documentos da venda de um imóvel, o que explicaria o dinheiro guardado na lata. Ao final, Hellmeister decidiu indiciar Takuro e Toshiko em flagrante por crimes de porte e fabricação de material explosivo, cuja pena vai de 2 a 4 anos de reclusão. Como o crime é inafiançável, o casal permanecerá preso.

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