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Casarão desaba em Ouro Preto e mata uma pessoa

Por Agencia Estado
Atualização:

Parte de um casarão desabou na manhã desta quarta-feira, em Ouro Preto, a 95 quilômetros da capital mineira, matando uma pessoa. O imóvel, localizado no número 10 da rua Getúlio Vargas, no centro histórico da cidade, estava sendo reformado para transformar-se em uma pousada. A obra tinha autorização do Instituto do Patrimônio Histórico (Iphan), mas, segundo o superintendente Benedito Tadeu Leite, vinha sendo executada em desacordo com o projeto, aprovado em março do ano passado. O Iphan, de acordo com Benedito, ajuizou recentemente uma ação cível pedindo o embargo da construção. A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a Secretaria de Obras também aprovou o projeto, mas não havia liberado o alvará para a sua execução. Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, por volta das 8h30, um muro de contenção construído na parte de trás da obra partiu-se ao meio e duas lajes cederam, soterrando Aureo Bernardo Souza, de 19 anos, que morreu no local. Chovia bastante na hora do acidente. Outros dois operários que trabalhavam na obra conseguiram escapar com ferimentos leves. De acordo com a soldado Clara Núzia Aparecida Silva, a estrutura que restou do casarão ? composto, no total, por três pavimentos e um sótão ? continuava ameaçada de desabar e os imóveis vizinhos poderiam ser atingidos. A chuva dificultou o trabalho dos bombeiros, que demoraram quase quatro horas para resgatar o corpo do operário morto. Clara acredita que a chuva e a má execução da obra podem ter causado o acidente. ?Pode ser, mas ainda é difícil apontar a causa direta do desabamento?, ponderou o superintendente do Iphan. Segundo Benedito, o instituto, em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e com a Prefeitura, vai realizar uma perícia no local para apurar as causas do acidente. Primeira cidade brasileira a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, Ouro Preto está ameaçada de ser incluída na lista de sítios em perigo da Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco), por conta da ocupação desordenada de suas encostas e da degradação do conjunto arquitetônico tombado. Em outubro deste ano, um caminhão desgovernado destruiu o chafariz da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, um monumento construído no século XVIII. Recentemente, o Tribunal de Justiça de Minas proibiu o trânsito de veículos pesados no centro histórico da cidade.

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