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Cascavel investe em apitos para conter violência

Por Agencia Estado
Atualização:

Os cerca de 500 moradores do conjunto habitacional Lar Cidadão, de Cascavel, a 520 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná, ganharam da prefeitura, segunda-feira, um instrumento simples, mas que pode ajudar na diminuição de crimes na localidade. Apitos foram entregues a cada família para serem acionados tão logo alguém presencie alguma ação de marginais. Se a experiência der bons resultados poderá ser estendida para outros bairros da cidade. "Os vizinhos que visualizarem uma casa sendo atacada faz soar o apito, outros reproduzem e saem às ruas, fazendo uma frente de solidariedade ao morador, à casa que está sendo assaltada, e afugentando a pessoa", diz o secretário de Comunicação da prefeitura, Paulo Pegoraro. "É uma arma preventiva, de paz." A expectativa da Polícia Militar é que o Projeto Apito Solidário venha a contribuir com a segurança. "Apesar de ser um sistema frágil, é um estímulo", disse o coronel Amauri Ferreira de Lima, comandante do 6º Batalhão. "Nós temos que apoiar." O conjunto foi construído pela prefeitura para abrigar famílias que viviam em barracos, ocupando áreas irregulares e de proteção ambiental. "Houve uma concentração de problemas sociais", reconhece o secretário de Comunicação Social. Entre eles, a criminalidade é a que deixou as famílias mais preocupadas. Para vencer a insegurança, a prefeitura propôs a ação de solidariedade. "Nos morros cariocas, moradores utilizam foguetes para anunciar a chegada de policiais. Nós queremos inverter o processo, levando a população a denunciar que chegou a bandidagem", diz Pegoraro. A prefeitura distribuiu folhetos e fez vários treinamentos e palestras para conscientizar a população de que a eficácia do programa depende da correta utilização do apito. Por isso, eles não devem ficar com as crianças, mas com os responsáveis pelas casas. "É uma forma simples, objetiva e sem custos de criar uma rede de autodefesa", afirma o secretário. Segundo ele, as famílias que denunciam não ficarão expostas porque o apito pode ser acionado de dentro da casa. A cerca de 800 metros do Lar Cidadão, há um módulo policial, mas os policiais não têm conseguido conter a criminalidade. "As pessoas que aprontavam na periferia, agora estão concentradas nesse conjunto", diz o comandante. Mas ele é otimista. "O que envolve a comunidade sempre ajuda." Segundo ele, a polícia estará atenta a partir de agora também em relação aos apitos. "Se houver uma zoeira, a polícia se deslocará rapidamente", promete.

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