Caso Richthofen: Acusação reafirma que acareação é desnecessária

O terceiro dia de julgamento foi interrompido às 13 horas para o almoço, após o depoimento da décima testemunha, e deverá ser retomado às 14h15 com o depoimento de Nadja Cravinhos, mãe de Daniel e Christian

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Por Agencia Estado
Atualização:

O assistente da acusação Alberto Zacharias Toron afirmou nesta quarta-feira, 19, durante o intervalo do julgamentode Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, no Fórum Criminal na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, que uma acareação entre Daniel e Suzane poderá ser desnecessária para o processo. "O júri e os jurados já estão maduros. Já temos provas mais do que suficientes para poder iniciar o julgamento com os debates. Talvez ao término do depoimento das testemunhas de defesa, nós venhamos a desistir da acareação. Em todo o caso, só tomaremos uma posição definitiva após ouvir todas as testemunhas de defesa", afirmou Toron. Segundo ele, se ocorrer a acareação e ela for demorada, o julgamento só será concluído na sexta-feira. De acordo com informações da Rádio Eldorado AM, o terceiro dia de julgamento foi interrompido às 13 horas para o almoço, após o depoimento da décima testemunha, e deverá ser retomado às 14h15 com o depoimento de Nadja Cravinhos, mãe de Daniel e Christian. Toron declarou ainda que as três testemunhas ouvidas, nesta quarta-feira, Silvio Tadeu Vieira, vizinho da família Cravinhos, o ator Sérgio Gargiulo, amigo e vizinho de Daniel Cravinhos, e Alexandre Basílio, ex-Presidente da Associação Brasileira de Aeromodelismo, foram "absolutamente sem importância", já que, segundo Toron, elas compareceram apenas para dar boas referências sobre os Cravinhos. "Elas não trouxeram nada de novo para o quadro probatório". Um dos depoimentos mais esperados para esta tarde é o da mãe dos irmãos Daniel e Christian, Nadja Cravinhos. Na avaliação de Toron, ela é uma testemunha que não trará novidades. "Vamos ouvi-la com maior respeito, mas é uma testemunha que não traz nada de novo para o quadro probatório". Ainda hoje está previsto o depoimento de mais seis testemunhas. Acareação Ao chegar ao Fórum da Barra Funda, o advogado Adib Geraldo Jabur, que defende os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, disse que ainda irá avaliar a necessidade da acareação entre seus clientes e a outra ré, Suzane von Richthofen. O procedimento já foi considerado dispensável pelo Ministério Público, que acredita que os depoimentos das testemunhas de acusação, colhidos ontem, já tenham sido suficientes para corroborar sua tese. Caso a acareação não aconteça, o julgamento poderá ser agilizado em pelo menos 5 horas, afirma o MP. Por estes cálculos, a sentença seria proferida na quinta-feira à noite. Caso contrário, o julgamento terminaria somente na sexta-feira. Contradições Em seus interrogatórios, Daniel, Christian e Suzane entraram em contradição. Daniel Cravinhos inocentou seu irmão, Christian, dizendo que matou sozinho o casal Richthofen. Christian repetiu a versão do irmão, dizendo que apenas confessou o crime para protegê-lo. Suzane, por outro lado, se defendeu das acusações de Daniel, segundo quem ela teria fumado maconha antes de conhecê-lo e não era mais virgem. Suzane rebateu as declarações, dizendo que apenas conheceu as drogas após começar o namoro com Daniel. Crime Suzane, seu ex-namorado Daniel e o irmão dele, Christian, confessaram ter planejado e matado os pais dela, Marísia e Manfred von Richthofen, a golpes de barra de ferro, na casa em que a família vivia, em outubro de 2002. Os três foram denunciados pelo Ministério Público por crime de duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. (Colaborou: Bruno Tavares)

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