A catadora de materiais recicláveis Lorenza Palma da Cunha, de 55 anos, moradora de Penápolis, no interior de São Paulo, devolveu aos donos de um supermercado R$ 40 mil em dinheiro e cheques que ela encontrou no lixo do estabelecimento. Como faz todos os dias, Lorenza passou no supermercado para recolher papel e garrafas plásticas que ficam no depósito de lixo. "Recolhi várias sacolas e coloquei na carretinha. Quando cheguei em casa, rasguei uma das sacolas e vi o dinheiro", contou. Lorenza disse que ficou espantada ao ver tanto dinheiro. "Nem acreditei que eram de verdade. Para mim, aquilo era dinheiro de mentira, de coleção", disse. "Perguntei para um amigo e ele me disse que era de verdade." Ela disse que não pensou duas vezes. "Voltei ao supermercado e vi todo mundo desesperado procurando pelo dinheiro. Aí, falei: ?o que vocês perderam está aqui? e mostrei o dinheiro. A gerente me viu e começou a chorar", comentou. Como recompensa, a catadora recebeu R$ 200 do dono do supermercado, que se recusou a dar entrevista. A quantia é a mesma que recebe mensalmente vendendo materiais para reciclagem. "Até o ano passado, antes dessa crise, eu conseguia tirar uns R$ 500 por mês", disse Lorenza, acrescentando que nunca pensou em ficar com os R$ 40 mil. Os R$ 200 da recompensa foram usados para pagar a prestação de uma conta e, com o troco, ela comprou dois refrigerantes, dois pacotes de farofa e alguns espetinhos. A compra foi para festejar o aniversário de um dos quatro netos. "Acho que era mesmo para eu dar um jeitinho de fazer uma festinha para meu neto", disse.